A voz do Iron Maiden esteve presente na quinta-feira (30/11) na CCXP23 para contar sobre seu novo álbum solo "The Mandrake Project"

Bruce Dickinson revelou ontem à noite o dramático e repleto de ação videoclipe de "Afterglow Of Ragnarok", o primeiro single de seu próximo álbum solo The Mandrake Project. Diante de uma plateia lotada no primeiro dia do CCXP23, o enorme evento Comic-Con do Brasil em São Paulo, ele estreou o filme espetacular e revelou mais detalhes sobre o álbum e a próxima série em quadrinhos em parceria com a Z2, incluindo o lançamento de 2.000 versões exclusivas da CCXP do gibi para deleite da comunidade internacional de quadrinhos.

The Mandrake Project será lançado dia 1º de março, pela BMG. Ao longo de dez faixas inventivas, expansivas e absorventes, Bruce Dickinson e seu co-escritor e produtor de longa data Roy Z criaram um dos álbuns de rock definidores de 2024. Sonoramente pesado e rico em texturas musicais, o álbum dá vida a uma visão musical há muito tempo em gestação de Bruce e apresenta algumas das melhores performances vocais de sua carreira.

Gravado em grande parte no Doom Room de Los Angeles, com Roy Z atuando como guitarrista e baixista, a formação do The Mandrake Project foi completada pelo tecladista Mistheria e pelo baterista Dave Moreno, ambos também presentes no último álbum de estúdio solo de Bruce, 'Tyranny Of Souls', em 2005.

Os fãs, tanto de Bruce Dickinson quanto do Iron Maiden, perceberão que o álbum apresenta "Eternity Has Failed", que apareceu pela primeira vez em uma forma diferente, intitulada "If Eternity Should Fail", no álbum The Book of Souls de 2015 do Iron Maiden, ilustrando quanto tempo o processo criativo para The Mandrake Project tem sido elaborado.

Bruce descreveu anteriormente o single principal, "Afterglow Of Ragnarok", como "uma música pesada com um grande riff impulsionando-a... mas também há uma melodia real no refrão que mostra a luz e a sombra que o restante do álbum traz". E a faixa é vividamente trazida à vida no vídeo cinematográfico que estreou ontem.

Dirigido pelo diretor premiado Ryan Mackfall, escrito por Bruce Dickinson e pelo aclamado escritor britânico Tony Lee (cujos extensos créditos incluem 2000AD, DC e Marvel, desde Dr. Who & Star Trek até Spider Man & X-Men), o filme apresenta o Dr. Necropolis, o principal protagonista de The Mandrake Project. Também prepara o cenário para a história que está por vir, refletindo a narrativa sombria contida no prelúdio em quadrinhos de 8 páginas que faz parte do lançamento do single em vinil 7” gatefold. 

Assista ao vídeo de "Afterglow Of Ragnarok" aqui.

Ryan Mackfall comenta: “Muitos anos antes de eu ser diretor, tenho boas lembranças de vários videoclipes que me tocaram e um deles foi "Can I Play With Madness" do Iron Maiden. Para mim, definiu o que é um videoclipe. Mal sabia eu que, muitos anos depois, estaria em uma ligação com uma das estrelas daquele vídeo, o Sr. Bruce Dickinson, discutindo ideias para um videoclipe. Bruce tem sido como um espírito afim desde aquele momento e, portanto, era apenas certo que tentássemos dar vida à história de "Afterglow Of Ragnarok" em uma forma de live action. Naturalmente, a música é uma grande parte do motor do videoclipe e esta faixa foi um grande sucesso desde a primeira reprodução. Mas além disso, acredito firmemente que também é a paixão do artista que define os resultados - a paixão de Bruce é incomparável. Eu realmente espero que os fãs se encontrem fazendo a jornada com Necrópolis e o suco de mandrágora várias e várias vezes. Este é apenas o começo de algo muito especial!”

The Mandrake Project não é apenas um álbum, mas uma história adulta e sombria de poder, abuso e luta por identidade, ambientada no pano de fundo do gênio científico e ocultista. Criada por Bruce Dickinson, a série em quadrinhos é roteirizada por Tony Lee e maravilhosamente ilustrada por Staz Johnson para a Z2 Comics, lançada em 12 edições trimestrais que serão reunidas em três novelas gráficas anuais. O primeiro episódio será lançado nas lojas de quadrinhos em 17 de janeiro de 2024.

Bruce Dickinson e sua fenomenal banda trarão a música de The Mandrake Project à vida com uma grande turnê de shows no próximo ano. Incluindo sua passagem pelo Brasil, trazendo apresentações em São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Ribeirão Preto e Rio de Janeiro entre os dias 24 de Abril e 4 de Maio. Ingressos aqui. 

Show em celebração ao álbum "Jagged Little Pill" aconteceu na última terça-feira (14) para aproximidamente 55 mil pessoas presentes no Allianz Parque em São Paulo

Texto: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)

Alanis Morissette proporcionou uma deliciosa viagem aos anos 90 em show magnífico nesta última terça-feira (14) no Allianz Parque, em São Paulo. O show, único no Brasil e na América Latina, fez parte da comemoração de 28 anos do fantástico álbum "Jagged Little Pill" (1995), que marcou uma geração. 

Antes da entrada da cantora canadense, os telões transmitiram um vídeo recordando momentos da carreira dela e também as hilárias esquetes do programa Saturday Night Live que brincavam com Alanis e sucessos a exemplo de "Ironic" e "You Oughta Know", as maldosas chamadas da imprensa, as diversas paródias e as suas aparições engraçadas em séries e no filme Dogma, de Kevin Smith. Logo em seguida, Alanis subiu ao palco para delírio dos fãs.

"All I Really Want" abriu lindamente os serviços da noite, a música repleta de poderosos riffs de guitarra ditou o ritmo mais agitado do show. Logo em seguida, o fantástico hit "Hand In My Pocket" enlouqueceu toda a plateia, de 55 mil pessoas, que cantou em uníssono. 

JAGGED LITTLE PILL

"Jagged Little Pill" foi o terceiro álbum de estúdio de Alanis, lançado em 1995, e se tornou um dos álbuns mais vitoriosos da história da música, vendendo mais de 30 milhões de cópias no mundo todo. O disco acabou sendo indicado em 9 categorias do Grammy Awards, vencendo em 5 delas: “Álbum do Ano”, “Melhor Performance de Rock com vocal feminino”, “Melhor música de Rock”, e “Melhor álbum de Rock”. Diante de tantos números positivos, o álbum merecia uma turnê digna. 

Ao longo dos anos, Alanis parece ressignificar cada uma das músicas e para o show em São Paulo conseguiu reproduzir com primazia a mesma força e rebeldia de antes.

"Right Through You" equilibrou bem entre a parte mais cadenciada do violão com a explosão da guitarra no refrão. Em “Mary Jane”, diversas fotos com os filhos da cantora surgiam no telão e mostravam uma versão mais madura de Alanis.

"You Learn" é daquelas de lavar a alma com a potência da letra e ganhou ainda mais força com as vozes de todos os fãs presentes. Igualmente aconteceu em "Ironic" outro enorme clássico com homenagem a Taylor Hawkins que foi baterista e amigo pessoal da Alanis. 

"You Oughta Know", que concluiu a primeira parte do show, é muito mais do que um sucesso, se tornou um hino marcante. 

OS TREJEITOS DA ALANIS 

Alanis é uma cantora absolutamente singular. A voz dela possui um vibrato único e que é capaz de entrar dentro da sua alma. Para felicidade de todos, ela mantém a mesma excelência aos 49 anos. Surpreendente a técnica ao vivo. 

Alanis durante show em São Paulo - Foto: divulgação / Live Nation

Outro ponto relevante é a presença de palco dela, também exclusivo. Ela anda em ziguezague pelo palco, sem parar, como uma forma de se comunicar com todos os fãs presentes. Isso sem perder o fôlego ou desafinar. 

Um belo exemplo disso aconteceu em "Uninvited" onde Alanis explorou todo seu alcance vocal acompanhada de piano até chegar no clímax após a primeira estrofe. No trecho mais pesado da canção, a canadense rodopiou, fez headbang e soltou seu comportamento mais rock'n'roll. 

SÓ GRATIDÃO, ALANIS!

O show terminou ao som de "Thank You". Neste momento, o telão central exibia tweets com mensagens de gratidão. Uma escolha bastante acertada, pois ao final, Alanis deixou a mensagem "Thank You Sao Paulo" e um sentimento de "quero mais". Quanta nostalgia noventista boa!

Roger Waters em São Paulo - 12/11/2023 - Foto: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)

Aproximadamente 45 mil pessoas presentes no Allianz Parque se envolveram com a mensagem e qualidade técnica de Waters em um show de um pouco mais de 2 horas

Texto: Ingrid Natalie 

Roger Waters fechou o sexto show da turnê "This Is Not A Drill" em terras tupiniquins na capital paulista neste domingo (12) no Allianz Parque. 15 minutos antes de iniciar o espetáculo uma voz anunciou que logo o músico britânico subiria ao palco. E assim aconteceu. Precisamente às 20h20m, o ícone do Pink Floyd deu o o primeiro chute do show com o clássico “Comfortably Numb”, de “The Wall” (1979) que foi executado em um ritmo mais lento, propositadamente como se as pessoas estivessem entorpecidas pela tecnologia. Nesta hora, Roger estava vestindo um jaleco branco e cantou sentado em uma cadeira, interpretando um médico. 

Na sequência foram tocadas “The Happiest Days of Our Lives” e um medley de “Another Brick in the Wall” partes II e III, todas de “The Wall”, em versões mais parecidas com as originais. Enormes telões, com imagens e mensagens que interagiam com as músicas e com o cantor, além do jogo de luz nos estádios, foram fortes destaques durante os shows.

Aconteceram várias interações ao longo da apresentação. Um novo exemplo foi durante a música “The Bar” onde Waters disse que o piano poderia representar um bar onde as pessoas poderiam conversar sobre tudo e sem ter medo algum. 

ROGER WATERS E O PINK FLOYD

Claro que também não faltariam clássicos do período no qual Roger integrava o Pink Floyd. Entre as escolhidas estavam “Us & Them”,“Wish You Were Here”, e “Is This The Life We Really Want?”. Em "Money" o guitarrista Jonathan Wilson assumiu os vocais e a execução instrumental ficou igual a já conhecida dos fãs. A belíssima "Shine On You Crazy Diamond" agitou os fãs com sua linha de baixo apaixonante. 

Roger Waters em São Paulo - 12/11/2023 - Foto: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)

Waters homenageou de forma genial o álbum "Animals" através da música "Sheep" usando como referencia o livro "A revolução dos bichos" de George Orwell. Uma enorme ovelha inflável voava pelo estádio enquanto linhas sonoras impecáveis eram executadas. 

ROGER WATERS E A POLÍTICA

É inegável que o músico é muito vocal politicamente. As cores das luzes, especialmente o vermelho, trazem uma angústica da guerra, do poder indiscriminado, da ganancia e da falta de direitos humanos. o público presente entendia e estava totalmente alinhado com a mensagem da obra de Waters que também nos traz a reflexão da riqueza da existencia humana. 

Por isso que a mensagem transmitida no telão logo de início não surpreendeu a ninguém. A mensagem dizia que quem se incomodava com o posicionamento político de Waters podia ir para o bar e não assistir ao show. 

Roger Waters em São Paulo - 12/11/2023 - Foto: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)

DESPEDIDA?

No auge dos seus 80 anos, Roger Waters exibiu uma vivacidade e energia louváveis. Afinal, não é qualquer um que faz um show grandioso de 2h20m. Esta turnê está sendo considerada de despedida, mas fica o questionamento se será a realidade uma vez que o músico britânico tem muito ainda a dizer e segue sendo uma fortíssima influência para jovens músicos. 

Os fãs que estavam presentes no último domingo, tiveram a oportunidade de ver de pertinho uma lenda do rock'n'roll mundial em plena forma e certamente não estão prontos para dizer adeus.

Roger Waters em São Paulo - 12/11/2023 - Foto: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)

SETLIST COMPLETO:

• Comfortably Numb
• The Happiest Days of Our Lives
• Another Brick in the Wall, Part 2
• Another Brick in the Wall, Part 3
• The Powers That Be
• The Bravery of Being Out of Range
• The Bar
• Have a Cigar
• Wish You Were Here
• Shine On You Crazy Diamond (Parts VI-IX)
• Sheep

Set 2:

• In the Flesh
• Run Like Hell
• Déjà vu
• Déjà vu (Reprise)
• Is This the Life We Really Want?
• Money
• Us and Them
• Any Colour You Like
• Brain Damage
• Eclipse
• Two Suns in the Sunset
• The Bar (Reprise)
• Outside the Wall

Rod Stewart durante show em SP - Stephan Solon/Divulgação

Apresentação, que aconteceu no último sábado (30) no Allianz Parque, fez parte do projeto Legends In Concert que também contou com Ivete Sangalo

Texto: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad) 

A primeira edição do Legends in Concert, projeto musical que tem como proposta reunir algumas das maiores estrelas da música mundial em encontros inéditos, aconteceu neste último sábado (30) no Allianz Parque, em São Paulo. Rod Stewart e Ivete Sangalo foram os escolhidos para inaugurar essa inusitada reunião. 

A última passagem de Rod Stewart pelo Brasil foi em 2015 durante a edição de 30 anos do Rock In Rio; por essa razão o público estava com saudade e esperava ansiosamente pela apresentação do músico inglês que passou Ribeirão Preto no dia anterior (29) e depois na capital paulista. 

Às 21h25 os telões do estádio passaram uma retrospectiva a cerca da carreira de Rod Stewart e logo em seguida, as luzes se apagaram para a entrada do dono de uma das vozes roucas mais aveludadas, envolventes e emblemáticas da música. O setlist começou com "Addicted To Love" que de cara mostrou uma vitalidade impressionante de Rod Stewart com 78 anos de idade. A música também foi um tributo a Robert Palmer e à sua majoritariamente feminina. 

Rod Stewart durante show em SP - Foto: Anderson Carvalho

Sir Rod Stewart avisou que teriam 23 músicas no setlist e que seria uma noite inesquecível. De fato, não faltaram os sucessos "I Don't Wanna Talk About It", "Maggie May", "Baby Jane", "Have I Told You Lately" e "You Are In My Heart" cantados a plenos pulmões pelas 35 mil pessoas que preencheram as cadeiras do Allianz Parque. Nem mesmo a chuva que engrossou durante a execução de "Forever Young" impediu os fãs de cantar em uníssono; nesta hora, algumas pessoas se abrigaram na cobertura do estádio, mas outros não arredaram o pé do lugar. 

A RIQUEZA ESTÁ NOS DETALHES: 

No decorrer das músicas, Rod ia mudando de terno. A cor de cada terno tinha o intuito de se conectar com a energia da canção. Como a estética dourada transmitindo uma intensidade, vibração positiva e vivacidade nas músicas mais animadas. Até mesmo o terno rosa representando o amor e a ternura nas canções mais românticas.  

Outro detalhe que não pode passar desapercebido é o enorme respeito que Rod Stewart teve com sua banda, em especial às suas backing vocals que brilharam em "I'm Every Woman" (cover de Chaka Khan) e "Lady Marmalade" (cover de Eleventh Hour). O palco foi inteiramente delas. Certo que também se transformou em uma oportunidade de Rod retomar o fôlego, mas sem dúvidas essa atitude foi gentil e delicada. 

SHOW REPLETO DE HONRARIAS: 

O show foi repleto de homenagens. Rod, trajando um terno com as cores azul e amarela, prestou tributo às vítimas da guerra na Ucrânia oferecendo a música “Rhythm of My Heart”. Lembrou também da grande rainha da soul music Etta James com a belíssima "I'd Rather Go Blind" que aproveitou a oportunidade para dedicar à Christine McVie, tecladista do Fleetwood Mac. Por fim, fez honras à  icônica cantora Tina Turner, que tristemente nos deixou em maio de 2023, com a música “It Takes Two” que gravou com a mesma em 1991.

UM FINAL ENCANTADOR:

Com outra troca de roupa, Rod voltou ao palco para cantar a balada “Some Guys Have All the Luck” do disco Camouflage de 84. O público que soltou o gogó bem alto como em todos os shows em terras tupiniquins. O telão estava tomado de rodas e a luz vermelha preponderava no estádio.

E alguns fãs sortudos que permaneceram até o final conseguiram levar para casa uma bola de futebol com o autógrafo de Rod, simbologia sensacional para um aficionado por futebol como ele. 

O público saiu satisfeito e muito feliz com uma apresentação coesa, precisa e cheia de sucessos que viajou pela carreira deste grande músico inglês que segue nos encantando há 60 anos. 

Olivia Yells - Foto: divulgação

Disco de estreia da musicista paranaense traz fortes influências de Nirvana, Alice In Chains, PJ Harvey e Hole

Por: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad) 

Olivia Yells é uma excelente cantora/compositora de Curitiba – PR que iniciou a carreira autoral no ano de 2020 com dois singles: “Good Manners” em março, e “Bittersweet Lullaby” em julho. Em 2022, Olivia apresentou a poderosa música “Name”, que nos introduziu à sua nova fase. Por fim, veio o single “Tired” que preparou os fãs para o lançamento do tão aguardado EP “Waiting Room” que chegou em 2023. 

A artista não tem medo de abrir o seu coração e contar experiências pessoais em suas composições que são apoiadas sonoramente por desde melodias mais suaves mostrando uma vulnerabilidade bem como notas mais pesadas que expressam um sentimento mais visceral. Influência forte do grunge dos anos 90 como Nirvana, Alice In Chains, PJ Harvey e Hole. 

Confira a entrevista com essa excelente musicista que está agitando a cena de Curitiba: 

FRS: Para quem está conhecendo o seu trabalho agora, quando e como foi o seu primeiro contato com o rock'n'roll?

1. Eu acredito que meu primeiro contato com o rock n' roll tenha sido ouvindo as músicas que meus irmãos escutavam. Eu sou a caçula da casa então sempre me mantive por perto e me mostrei interessada pelos interesses deles. Outra memória afetiva disso foi o Guitar Hero, meu deus, como eu amava (e ainda amo) esse jogo! Descobri ali inúmeras músicas que com certeza influenciaram sonoramente o começo das minhas composições. 

FRS: Como você se define enquanto compositora? Existe algum tipo de hábito e rotina que você cria pra escrever?

Olivia Yells: Já ouvi falar que tem muito compositor que consegue sentar e escrever de uma forma planejada, eu infelizmente não sou assim. Compor é uma tarefa difícil pra mim, e como eu geralmente escrevo sobre experiências pessoais, eu preciso MUITO me sentir inspirada para escrever sobre coisas que, muitas vezes, são extremamente desconfortáveis pra mim. Geralmente essa inspiração vem quando eu tô dentro do meu quarto, em silêncio -- me sinto, de certa forma, protegida para escrever. 

FRS: Quais são as suas principais inspirações?

Olivia Yells: Sonoramente eu sou bastante influenciada por artistas e bandas como PJ Harvey, Hole, L7, Queens of The Stone Age, Soundgarden e Alice in Chains. Já em questão de escrita, percebi que me vejo muito nas composições da Fiona Apple e da Mitski. 

FRS: Como surgiu o nome Olivia Yells?

Olivia Yells: Para o choque de alguns meu nome não é Olivia, esse eu puxei do meu sobrenome "Olivo" -- e eu achei que me coube bem, as pessoas dizem que eu tenho cara de Olivia. Já o Yells veio de observar o quanto eu gostava muito de ouvir músicas onde os cantores faziam notas altas, as vezes rasgadas, e eu me via tentando reproduzir elas diversas vezes... Aí um dia deitei, fechei meus olhos e veio: Olivia - Yells. 

FRS: Você estreou em 2020 com os singles “Good Manners” e “Bittersweet Lullaby”. Qual foi o seu sentimento ao perceber a boa recepção de ambas as músicas pelo público?

Olivia Yells: Foi MALUCO. Como falei anteriormente, grande partes das canções são sobre minha vida pessoal, então eu me senti como se estivesse abrindo meu coração pra todo mundo. Fiquei surpresa com a reação das pessoas, conheci muita gente que me acompanha até hoje, recebi feedbacks de pessoas me contando sobre o impacto que aquelas músicas causaram na vida delas e só de me lembrar me emociona muito. O ano de 2020 foi pesado pra todo mundo, nunca me imaginei lançando minhas primeiras músicas em um tempo tão complicado e achei que isso pudesse afetar a minha conexão com meu possível público. Acabei me surpreendendo positivamente. 

FRS: Em 2023, você lançou o EP "Waiting Room". Quão desafiador foi pra você compor e gravar este novo trabalho? Como foi o processo de produção?

Olivia Yells: "Waiting Room" é meu primeiro EP da vida -- ele é um compilado de músicas que eu escrevi desde 2017 e todas elas retratam uma parte do meu processo de superação lidando com quebra de expectativas minhas dentro de relacionamentos. Eu lancei esse trabalho lidando com feridas abertas e isso por si só já foi difícil o suficiente. Todos os dias que entrei no estúdio pra produzir esse EP aprendi algo diferente, quase como se eu fosse obrigada a olhar pra tudo aquilo e dissecar cada uma das situações lentamente. A música mais difícil de gravar foi "Goodbye Lullaby", justamente a que faz o fechamento de tudo. Essa canção foi lançada em 2020 e relançada completamente resignificada sonoramente. A música termina comigo dizendo: "Não foi minha culpa", frase que eu adicionei para representar meu novo sentimento sobre a composição. 

capa do EP

FRS: Qual música de "Waiting Room" mais descreve a sua fase atual e por que?

Olivia Yells: Eu diria que a "Waiting Room" é bastante representativa pra mim. Essa foi a última música que eu escrevi pro EP e ela vem com um formato diferente das outras: ela tem 1 minuto e 40 segundos, a métrica é mais curta e as frases são mais diretas. A atitude me parece mais madura e a letra possuí alguns "easter eggs" sobre coisas que eu quero me aprofundar futuramente. 

FRS: Qual o seu maior propósito com a música?

Olivia Yells: Quando penso no meu trabalho, penso em conexão, conforto e empoderamento. Quero que minhas músicas sejam um refúgio para quem precisar delas, mas principalmente para meninas e mulheres. Quero que elas vejam que tá tudo bem ter raiva, chorar, por pra fora da maneira que elas conseguirem -- e se for com a música melhor ainda. Espero trazer muitas delas pra arte se assim desejarem. 

Assista ao vídeo oficial da música "Tired": 

FRS: Por fim, quais serão os próximos passos para Olivia Yells? 

Olivia Yells: Quero muito produzir mais materiais visuais para o EP e lançar "Theory of Ends", uma música que não entrou no "Waiting Room" mas que tem absolutamente tudo a ver com ele. Enquanto isso, vou me preparando para o sucessor de WR.

Ouça "Waiting Room" na íntegra:

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Foto de divulgação do álbum 'Fallen'

A reedição promete versões das músicas nunca vistas

'Fallen', disco que projetou o Evanescence para o mundo, ganhará uma nova edição que comemora seus 20 anos de lançamento. A reedição comemorativa será lançada pela Craft Records em LP e CD duplo, no formato digital e um box set Super Deluxe. Os LPs, CDs e digital vão chegar dia 17 de novembro e o box set Super Deluxe em fevereiro de 2024.

O relançamento trará dez faixas bônus, de demos inéditas, gravações ao vivo e músicas lado B. As mídias físicas vão conter fotos inéditas da época e um prefácio escrito pela vocalista Amy Lee.  Uma demo do clássico “Bring Me To Life” já foi liberada e está disponível nas plataformas de streaming, o clipe original da música já alcançou mais de 1 bilhão de visualizações no YouTube.

A RELEVÂNCIA DE 'FALLEN':

Não há dúvidas do sucesso estrondoso do Evanescence, especialmente com o lançamento do álbum 'Fallen' em 2003. O álbum se tornou um dos mais influentes dentro do rock e metal, vendendo aproximadamente 20 milhões de exemplares do disco em todo o mundo. Em decorrência desse boom,  a banda recebeu cinco indicações ao Grammys e se consagrou vencedora nas categorias “Melhor Novo Artista” e “Melhor Performance de Hard Rock”.

EVANESCENCE EM TERRAS TUPINIQUINS:

Amy Lee e sua trupe desembarcam no Brasil em outubro para uma série de shows agendados em Curitiba (19/10), São Paulo (21/10), Rio de Janeiro (23/10), Belo Horizonte (25/10 e 26/10) e Recife (28/10) com nova formação e com o objetivo de divulgar 'The Bitter Truth', álbum mais recente.  E não somente os fãs estão ansiosos como a própria vocalista já está se preparando para as apresentações. Veja essa postagem no instagram: 

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Manowar em São Paulo - Foto: Ingrid Natalie

O quarteto estadunidense de heavy metal trouxe a “Crushing The Enemies Of Metal Anniversary Tour” no sábado (23) para o Espaço Unimed. em São Paulo

Texto: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)

Manowar "esmagou todos os inimigos do metal" em show arrebatador no último sábado (23) no Espaço Unimed, em São Paulo. O quarteto formado pelo baixista Joey DeMaio, vocalista Eric Adams, o lendário guitarrista Michael Angelo Batio, que entrou recentemente, e o baterista Dave Chedrick trouxe a “Crushing The Enemies Of Metal Anniversary Tour” que comemora as mais de duas décadas do verdadeiro metal e os oito álbuns de estúdio mais venerados da banda.

A última passagem do Manowar em terras tupiniquins aconteceu em 2015 durante o Monsters Of Rock. Por isso, a expectativa dos Manowarriors (assim como são chamados os fãs da banda) era imensa. 

O público antecipava com ansiedade o início do show. Às 21h35m a introdução 'March of the Heroes Into Valhalla' indicava o presságio de uma apresentação potente do início ao fim. Logo em seguida, a sequência 'Manowar', 'Kings of Metal', 'Fighting the World' e 'Holy War' elevou a temperatura do show lá nas alturas. 

Manowar em São Paulo - Foto: Ingrid Natalie

Em cada um dos shows, o Manowar oferece aos headbangers e todos os fãs de metal, a chance única de extravasar a energia ao som de um setlist poderoso. Ainda incluíram as pesadas 'Heart Of Steel', 'Hail and Kill' e 'The Power' com o público cantando a plenos pulmões. 

Aliás, a comunhão entre banda e fãs foi algo palpável. Eles já sabiam o que esperar da banda que entregou absolutamente tudo e sem firulas. Eles verdadeiramente ascenderam o fogos nos corações de todos Manowarriors presentes. As músicas representando força e coragem trazem união e empoderamento. 

Tanto que mesmo em problemas técnicos que ocorreram, o público aplaudiu e apoiou quando a banda precisou reiniciar o dueto de solos, com o guitarrista Michael Angelo Batio junto de Joey DeMaio, no baixo. Nesta hora, Eric Adams apareceu no palco, contando que o problema aconteceu, que seria consertado e, em respeito a todos os fãs presentes ali e que pagaram pelo ingresso, o dueto seria recomeçado desde o início. 

Manowar em São Paulo - Foto: Ingrid Natalie

O show certamente carregou um ar festivo e de celebração. A banda celebrou o aniversário de um dos integrantes da equipe, transmitindo um vídeo e cantando 'feliz aniversário' logo após. Em um momento de agradar ainda mais a audiência brasileira, Joey DeMaio apareceu sozinho no palco e interagiu em português. Ele comentou o quanto adora o país, perguntou de qual região os fãs eram e ainda regeu um coro de "vai se f****" para quem dizer que não gosta de metal, de São Paulo, do Brasil e do Manowar. O baixista também lembrou sobre o festival Monsters Of Rock e pediu para os fãs entrarem em contato com a produtora para trazer a banda novamente ano que vêm. 

Outra cena memorável foi em 'Warriors Of The World' quando subiram ao palco o guitarrista E.V. Martel e o baterista Marcus Castellani, brasileiros que integraram o Manowar há poucos anos. Foi uma forma inteligente de dar um descanso para os músicos, sem afetar a apresentação, já que os próprios voltaram na metade da música, transformando o hino dos fãs ainda mais intenso, e cantado ainda com mais vontade.

Para o bis, Manowar reservou a épica 'Battle Hymns'  e 'Black Wind, Fire and Steel'. Já no final, DeMaio arrancou uma por uma as cordas do baixo e presenteou quatro fãs sortudos. O carinho era tão imenso, que mesmo com 'Army of the Dead, Part II', executada em playback já com o palco vazio, segurou os fãs ali, esperando até as luzes do local do show se acenderem, para de fato compreenderem que a apresentação fantástica de praticamente duas horas havia de fato terminado. Manowar se orgulha em ter os fãs mais leais do heavy metal; realmente se trata de uma verdade. 

Não resta dúvidas de que Manowar trouxe absolutamente tudo que os fãs queriam. Uma apresentação recheada de riffs pesados de guitarra, um carisma de todos os membros da banda (em especial de Eric e DeMaio). 

Era perceptível também um respeito e admiração mútuos em cada integrante da banda. Durante os solos do guitarrista Michael Angelo Batio, o vocalista Eric deixava o meio do palco exclusivo para seu companheiro. Vale também destacar que a voz de Eric continua primorosa, conseguindo segurar notas altas e drives impressionantes. 

 Os fãs saíram satisfeitos e com a alma lavada. 

SETLIST COMPLETO: 

• Manowar
• Kings of Metal
• Fighting the World
• Holy War
• Screams of Blood
• Immortal
• Call to Arms
• Heart of Steel
• Warriors of the World United
• Hail and Kill
• The Dawn of Battle
• King of Kings
• The Power
• Fight Until We Die

Encore:

• Battle Hymn
• Black Wind, Fire and Steel

Lynyrd Skynyrd em São Paulo - Foto: Ingrid Natalie

O icônico grupo de country e hard rock trouxe a São Paulo, nesta última sexta-feira (22), a Lynyrd Skynyrd 50th Anniversary Tour que celebra a sua trajetória e trouxe um setlist especial que incluiu clássicos de toda a sua carreira

Texto: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)  

É difícil mensurar a importância do Lynyrd Skynyrd para o rock'n'roll mundial. Não por acaso, a banda, formada em Florida em 1964, figura entre as 100 maiores de todos os tempos de acordo com a revista Rolling Stone. Seja pelos sucessos 'Free Bird', 'Simple Man' e mais aclamado de todos 'Sweet Home Alabama', ou seja pelo carisma e qualidade técnica, o legado do grupo de country e hard rock atravessa gerações e segue influenciando vários músicos ao redor do planeta. Infelizmente, nenhum membro original do Lynyrd Skynyrd está vivo e o integrante atual mais longevo é o vocalista Johnny Van Zant, na banda desde 1987 e irmão mais novo do fundador Ronnie (1948-1977); contudo, o público presente nesta sexta-feira (22) no Espaço Unimed, em São Paulo, teve o privilégio de conferir 50 anos de uma carreira irretocável e forte pra música.   

O show iniciou às 22h07m ao som de 'Workin' for MCA', uma música animada, com um riff de guitarra potente e bateria ritmada já pra colocar os fãs pra dançarem logo de cara. E sem pretensão alguma de  diminuir a temperatura da apresentação, a pesada 'Skynyrd Nation' deu sequência a uma noite inundada de hits. Já partindo para a influência country da banda, 'I Know a Little' tem um trabalho de violão e guitarra simplesmente fantástico e dançante, o piano dá um charme a mais, impossível não se empolgar. 

Lynyrd Skynyrd em São Paulo - Foto: Ingrid Natalie

A execução de 'Simple Man' foi inegavelmente um dos momentos mais tocantes e belos da noite. Johnny atendeu ao pedido de um fã que levou o cartaz que pedia para cantar a música ao lado dele. Esse fã era nada mais nada menos do que Nando Fernandes, vocalista da banda Sinistra. Os dois fizeram um dueto incrível. Lágrimas vieram aos olhos durante a homenagem a Gary Rossington com a suave e bonita 'Tuesday's Gone'. 

Vale destacar a virtuosidade dos guitarristas Rickey Medlocke e Mark “Sparky” Matejka que solaram de forma sublime e mostraram um entrosamento fantástico com o baixista Keith Christopher e o baterista Michael Cartellone. As backing vocals Carol Chase e Stacy Michelle exibiram as suas vozes de timbre quente e acolhedor. Peter Keys colocou à prova toda a habilidade dele no piano e arrancou vários aplausos. 

Já se aproximando do final do show, os fãs puderam se agitar, cantar e dançar muito ao som do super clássico 'Sweet Home Alabama', diga-se de passagem um espetáculo no final de piano e backing vocals. A belíssima e reflexiva 'Free Bird', cantada em uníssono pela plateia, deu os acordes finais a uma apresentação alegre e de altíssimo nível. 

O Lynyrd Skynyrd se apresenta no Jaguariúna Rodeo Festival, em São Paulo, neste sábado (23 de setembro). 

SETLIST COMPLETO: 

• Workin' for MCA
• Skynyrd Nation
• What's Your Name
• That Smell
• I Know a Little
• Whiskey Rock-a-Roller
• Saturday Night Special
• Gimme Back My Bullets
• Tuesday's Gone (dedicado para Gary Rossington)
• Simple Man
• Gimme Three Steps
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Insane Trip - crédito: divulgação

O quinteto de hardcore nascido em Ribeirão Preto prepara o lançamento do segundo disco completo de inéditas, sucessor do EP Humano. O registro, já intitulado Identidade, terá sete faixas e chegará às plataformas de streaming ainda em 2023, acompanhado de um videoclipe do primeiro single

Por: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)

Insane Trip mantém mais forte do que nunca a cena hardcore brasileira com o lançamento de "Identidade", segundo disco completo de inéditas e sucessor do EP "Humano". O novo registro de estúdio irá trazer sete músicas poderosas que resgatam as influências vindas do rock e o hardcore dos anos 2000. O álbum chegará às plataformas de streaming ainda em 2023, juntamente com um videoclipe do primeiro single.

Ainda mantendo segredo, a banda comenta que "Identidade" se trata de um disco de rock de fácil audição que musicaliza temas como a humanidade e suas dores, direitos e deveres, liberdade e aproveitar a vida. É um passo adiante do EP Humano, que foi gravado em um dos relevantes estúdios do Brasil (Studio Vip) e lançado em 2022. “São músicas que representam o início de uma nova fase da banda, com mais identidade e atitude. Hoje, no atual momento, vemos o quanto essa experiência do EP transformou a todos da banda”. O primeiro lançamento da banda é o disco "Reflexoversivo", de 2019. Mas, o início da banda data antes disso.

Tudo se iniciou em 2016 na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, quando cinco amigos de escola apaixonados por música decidiram dar o pontapé inicial ao projeto. Ao longo dos anos Leonardo Ferreira 'Coxa' (vocal), Rafael Corsi 'Bob' (guitarra), Vinícius Ramos (guitarra), Demilson Ramos (baixo) e Felipe Silva (bateria) foram amadurecendo e profissionalizando, juntos, a Insane Trip. 

“A música é a conexão carnal e espiritual. Em uma liberdade de expressão na qual podemos questionar sentimentos e ações perante a evolução humanitária pessoal e coletiva”, comenta o quarteto sobre o norte da Insane Trip.

Desde então, o resto é história. Insane Trip já realizou vários shows fantásticos e recentemente a banda foi uma das atrações do concorrido e super elogiado Santa Bárbara Rock Fest, em Santa Bárbara D'Oeste (SP).

Leia a nossa entrevista com essa simpática banda que comentou sobre o processo de composição e produção do novo álbum: 

FRS: Vamos partir do começo, como vocês se conheceram e decidiram formar a banda?

Insane Trip: A gente se conheceu na escola da rede estadual, porém, só depois de alguns anos da conclusão dos estudos que o Bob resolveu chamar o Toni e o Coxa para formar a Insane Trip em Julho de 2016. A princípio a banda foi formada como forma de terapia perante a correria do dia a dia, mas que foi pegando o gosto e se firmou ainda mais a partir de suas composições autorais

FRS: Como surgiu a ideia do nome Insane Trip?

Insane Trip: No começo da banda, os ensaios mais pareciam reuniões nas quais amigos colavam, e lá tudo rolava! Desde truco ao churrasco, os ensaios da banda eram uma verdadeira insanidade. A partir disso veio a necessidade de termos um nome para nossas primeiras apresentações, criamos a INSANE TRIP.*

FRS: Vocês têm forte influência do hardcore como CPM22 e Dead Fish. Como vocês veem a cena hardcore atual?

Insane Trip: A cena hardcore sempre nos orgulhou muito! Além de Dead Fish, bandas como Ratos de Porão, Inocentes, Rancore, Sugar Cane, Cólera, nos inspiram na ideologia e na atitude HC. Resistência é a palavra que ligamos diretamente a esse estilo musical e sem duvidas não é o estilo mais comercial porém, na nossa visão, é um estilo necessário como uma forte voz perante ao capitalismo desenfreado que desencadeia um desmatamento fisico e psicológico cujo nosso planeta passa.

FRS: Quão significativo é o papel da Insane Trip na vida de cada um de vocês? E qual propósito vocês desejam alcançar com a banda?

Insane Trip: Está na pele, está na alma! Insane Trip é uma ideologia que através do portal da música se torna maior do que os seus integrantes. É um sentimento comum daqueles que necessitam gritar o óbvio! O respeito e a humildade são os fatores que guiam essa ideologia e nós hoje temos uma única pretensão, continuar a viver. Continuar a escrever nossos sons e agradecer a cada pessoa que se junta nesse caminho, o grito coletivo pode quebrar barreiras e somar algo positivo na vida das pessoas.

FRS: Sobre a produção do EP "Identidade", quais são as principais inspirações para o novo registro de estúdio e como funciona o processo de composição para vocês?

Insane Trip: O planeta inteiro passou por uma transformação nos últimos anos, conosco não foi diferente. Perante as inúmeras dificuldades que todos nós sabemos, a importância de transmitir os relatos internos que questionamos foi a faísca que ascendeu a chama desse álbum, e ao terminar as composições, fomos vendo que a maturidade da banda aconteceu, no qual nos deu muito mais tesão em fazer um trampo ainda este ano. Muitas composições já haviam sido escritas como o caso do nosso single que iremos soltar antes, “Não há um jeito certo”, que é uma musica de 2018, porém,  também escrevemos recentemente a música que mais gostamos do álbum chamada de: “Ladrões e mendigos”. São apenas dois exemplos para mostrar a identidade da banda que vem desde o começo até os dias atuais e isso tudo em um álbum do qual da pra você ouvir refletindo como indivíduo ou pulando numa roda nos shows em uma sinergia coletiva.

FRS: Vocês definem "Identidade" como um passo adiante do EP "Humano". Vocês enxergam os dois trabalhos como completamente diferentes ou há pontos que os conectam?

Insane Trip: Sem duvidas se conectam, o EP Humano foi o impulso que nos ajudou a concretizar o álbum Identidade. Podemos dizer que o EP Humano foi apenas uma amostra do que está por vir.

FRS: Para finalizar, quais serão os próximos passos da Insane Trip?

Insane Trip: Nós estamos com previsão de lançamento do nosso single ainda em Setembro deste ano, junto com o vídeo clipe e logo em seguida Outubro/Novembro o lançamento do álbum inteiro. O show de lançamento está previsto para fevereiro de 2024 em um evento no qual contaremos com mais bandas autorais da nossa cidade e região fortalecendo esse nosso corre que se resume em um corpo coletivo, um por todos e todos por um, assim sobrevivemos e fortalecemos os nossos passos e os passos do cenário underground. Depois disso tudo, porque não um terceiro álbum? Ou até mesmo um álbum ao vivo…rs A gente tem fome de música e se depender de nós, vamos estar de pé até quando o universo permitir.

Insane Trip - crédito: divulgação

Alter Bridge - Foto: divulgação

Quarteto liderado por Myles Kennedy se apresenta no dia 8 de novembro no Espaço Unimed. Os ingressos disponíveis a partir de quinta-feira, 31 de agosto

Prepare-se para superar todas as suas expectativas, o Alter Bridge fará uma apresentação exclusiva em São Paulo, e promete contagiar a todos com seu rock intenso e explosivo. Será dia 8 de novembro, no Espaço Unimed, uma produção Mercury Concerts. A venda dos ingressos começará em 31 de agosto, com pré-venda especial on-line para membros do fã-clube na véspera.

A banda, formada em Orlando (EUA) em 1999, tem mais de um bilhão de streams e já foi capa de revistas como Classic Rock Magazine e Guitar World. Mas são nos shows que a mágica acontece, quando há a total conexão entre os fãs e os músicos: Myles Kennedy (vocal e guitarra), Mark Tremonti (guitarra e vocal), Brian Marshall (baixo) e Scott Phillips (bateria).

Já no álbum de estreia, One Day Remains (2004), conquistaram os fãs e foram para o Top 5 da Billboard, e faturaram o primeiro de muitos Discos de Ouro. Em 2007, a faixa-título de “Blackbird” foi sucesso absoluto. Inclusive, o solo de Mark nessa música ganhou a votação dos leitores da “Guitarist Magazine” como o “Maior Solo de Guitarra de Todos os Tempos”. Em 2013, outro álbum de sucesso: Fortress, que recebeu “5-out-of-5 stars” das revistas KERRANG! e Total Guitar. À época, o apresentador de TV (That Metal Show) e historiador musical Eddie Trunk, declarou que Fortress era um dos dez melhores álbuns dos últimos dez anos.

Alter Bridge - Foto: divulgação

Com Last Hero, em 2016, retornaram ao Top 10. Três anos depois, Walk The Sky alcançou o primeiro lugar na Billboard Top Álbuns dos EUA, Top 200 Álbuns Alternativos, Top 200 Álbuns de Hard Rock e Top 200 Rock Álbuns, bem como o número 1 na parada Top Hard Music Álbuns do Canadá. E em 2019, fechou o ano entre “Os 50 melhores álbuns de rock” da Loudwire. Mas foi em 2022, com Pawns & Kings, que o Alter Bridge foi para outro patamar na história mundial do rock, com ritmos fortes, linhas de baixo mais densas, guitarras mais profundas e os vocais que se elevam acima dos céus.

“Para nós, é muito mais que um álbum. Nosso trabalho tem o potencial de se tornar parte da existência de uma pessoa, que possa encontrar nele consolo. Isso é o que a música fez por mim. Se eu não estiver me sentindo bem, um álbum mudará totalmente o rumo e salvará o dia. É sobre perceber o poder da música. Continuamos avançando porque existe um propósito”, observa Myles.

Em 2017, o Alter Bridge tocou no São Paulo Trip, um dos festivais da Mercury Concerts. Em novembro, será a segunda apresentação da banda no Brasil. Vale lembrar, que com o fim do Creed, em 1999, Tremonti, Marshall e Phillips resolveram iniciar uma nova banda. Após ouvir Myles Kennedy, Tremonti o recrutou para assumir os vocais do novo grupo que acabava de nascer - Alter Bridge. Entre 2013 e 2016, Tremonti e Myles iniciaram projetos paralelos. O guitarrista formou sua própria banda, a Tremonti, enquanto Myles começou uma parceria duradoura com o guitarrista Slash e a banda The Conspirators. Aliás, em 2019, Slash, Myles e The Conspirators se apresentaram no Brasil, com produção da Mercury Concerts.

SERVIÇO: ALTER BRIDGE EM SÃO PAULO

Data: 08 de novembro de 2023 (quarta-feira)

Local: Espaço Unimed. Rua Tagipuru, 795 – Barra Funda - SP

Portas: 19h

ALTER BRIDGE: 21h                    

Classificação Etária: 16 (dezesseis) anos desacompanhados. Menores de 16 (dezesseis) anos poderão comparecer ao evento desde que acompanhados dos pais e/ou responsáveis legais. Informação sujeita à alteração, conforme decisão judicial.

Preços                       Inteira                       Meia

Pista Premium         R$ 500,00                 R$ 250,00

Pista                         R$ 300,00                R$ 150,00

Mezanino                 R$ 550,00                R$ 275,00

Camarote A              R$ 700,00                R$ 350,00

Camarote B              R$ 650,00                R$ 325,00

Pré-Venda para o fã-clube a partir do dia 30/08/23 às 10h somente pela internet limitado a 4 ingressos por pessoa.

Ingressos à venda a partir do dia 31/08/23 às 10h – Ingressos Parcelados em até 3X sem juros

Na internet:

https://www.ticket360.com.br/evento/27652/ingressos-para-alterbridge

Confira no link qual o ponto de venda mais próximo: https://www.ticket360.com.br/ponto-de-venda

Ponto de venda sem taxa de conveniência:

Bilheterias do Espaço Unimed

Rua Tagipuru, 795 – Barra Funda – São Paulo - SP

Horário de Funcionamento: segunda a sábado das 10h às 19h, exceto feriados

Novo álbum de estúdio da icônica banda holandesa de metal sinfônico está previsto para 20 de outubro em todas plataformas digitais e é atração confirmada no Summer Breeze Festival agendado para 26, 27 e 28 de abril de 2024 em São Paulo

Within Temptation, a renomada banda holandesa de metal sinfônico, está prestes a cativar os fãs com seu oitavo álbum de estúdio, 'Bleed Out', que será lançado dia 20 de outubro de 2023, através de seu próprio selo, o Force Music Recordings.

'Bleed Out' representa um salto audacioso para a frente da banda. Desde riffs contemporâneos e impactantes até melodias grandiosas que exibem suas raízes sinfônicas, Within Temptation criou uma jornada sonora que mescla estilos musicais diversos e temas provocativos. Este é um álbum tão épico quanto francamente expressivo, e mais do que nunca, esta é uma banda que não tem medo de se posicionar sobre questões que lhes são importantes.

Desde o início da guerra na Ucrânia, Within Temptation mudou seu foco de escrever sobre emoções pessoais e temas sociais para abordar injustiças globais e refletir o estado tumultuado do mundo de uma maneira que outros artistas parecem incapazes ou não dispostos a fazer.

A vocalista Sharon den Adel declara: "A guerra na Ucrânia nos influenciou muito. Como artistas, somos inspirados pelo mundo e temos essa plataforma. Somos contadores de histórias e acredito que, como seres humanos, esses são assuntos dos quais deveríamos estar falando."

Enquanto músicas como "Wireless" e "We Go To War" examinam a agressão autoritária presente na Ucrânia e em outras zonas de guerra, a própria faixa-título aborda a situação das mulheres que lutam por seus direitos no Irã após o assassinato de Mahsa Amini.

Sharon explica: "Eu vivi no Iêmen quando era criança. Meus pais viveram em vários países do Oriente Médio, e eu os visitei muitas vezes quando estavam lá. É um mundo diferente. Devido ao meu tempo lá, me sinto conectada a essa parte do mundo. Fiquei incrivelmente impressionada pela bravura das jovens mulheres que têm queimado seus lenços sabendo que seriam jogadas na prisão ou algo pior - é de partir o coração."

Ouça a faixa título 'Bleed Out' logo abaixo:

O álbum também aborda as complexas questões em torno do direito de escolha das mulheres na recente faixa "Don't Pray For Me" e ao longo do álbum, esse foco político e apaixonado é refletido na intensidade e na pesadez da música. Abraçando uma nova era de exploração musical e profundidade lírica, Within Temptation ultrapassou limites e demonstrou sua evolução artística, entregando uma proclamação de punho erguido de suas convicções morais e sua abordagem destemida à música.

Imbuído de uma vasta amplitude dinâmica que explora toda a profundidade da pesadez sinfônica, 'Bleed Out' é tão exuberantemente pesado quanto politicamente profundo. 'Bleed Out' será lançado mundialmente no dia 20 de outubro em vários formatos e em todos os serviços de streaming através do próprio selo da banda, o Force Music Recordings.

Within Temptation é uma das primeiras atrações confirmadas na próxima edição do Summer Breeze Festival que acontece em São Paulo nos dias 26, 27 e 28 de abril de 2024 no Memorial da América Latina.  Os ingressos da pré-venda e venda geral estarão disponíveis de forma online, através do Clube do Ingresso e pontos de venda sem taxa de conveniência serão divulgados em breve.

https://www.clubedoingresso.com/evento/summerbreeze2024

Outras informações em: www.summerbreezebrasil.com

Último show em São Paulo da turnê Encontro, da banda Titãs, no Allianz Parque. Folhapress/Bruno Santos 18.jun.2023

Banda paulista promoveu uma fantástica viagem pelas quase 4 décadas de carreira e sacramenta ainda mais a sua importância na história do rock'n'roll brasileiro 

Por: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad) 

Que privilégio é poder assistir uma das bandas mais emblemáticas e importantes do rock nacional junta novamente em sua formação clássica. Paulo Miklos, Sérgio Britto, Arnaldo Antunes, Branco Mello, Nando Reis, Tony Bellotto, Charles Gavin se encontraram novamente e fizeram apresentações espetaculares reunindo aproximadamente 150 mil pessoas no Allianz Parque em São Paulo nos dias 16,17 e 18 de junho. Os fãs puderam celebrar 40 anos de uma carreira irretocável, fantástica e que pulsa tão forte agora quanto no início. Conferimos o último show na capital paulista, terra natal dos Titãs, no domingo (18).

O show durou um pouco mais de 2 horas e privilegiou especialmente os álbuns lançados na década de 80, fase mais áurea da banda. O repertório do dia 18 não diferiu dos dois shows anteriores. Começaram, pontualmente às 20h30, com uma temperatura elevada ao som do sucesso "Diversão", seguindo com "Lugar Nenhum" e "Desordem". 

Um pouco antes da execução de "Tô Cansado", Branco Mello visivelmente feliz e lisonjeado com os fãs comentou sobre a vitória em cima de câncer de garganta que havia tirado sua voz em meados de 2018. "Estou feliz esta noite, todas essas noites, com meus velhos queridos amigos de uma vida toda. Fiz uma cirurgia muito grande na garganta, tirei um tumor. Só que agora estou aqui, vivo, curado, me divertindo, falando e ainda vou cantar pra vocês", disse o vocalista que irradiava felicidade e energia.

Em uma banda com tantos integrantes é interessante ver a dinâmica, entrosamento e como cada um teve a chance de brilhar. Arnaldo Antunes dançou do seu jeito único e encantou os fãs nas músicas e clássicos atemporais: "O Pulso" e "Comida". Nando Reis, provavelmente o Titã mais vocal politicamente, mostrou toda sua virtuosidade no contrabaixo e voz única nos sons "Jesus não tem dentes no país dos banguelas", "Família" e na tocante história de "Marvin".  Paulo Miklos foi um verdadeiro rockstar, interagia a todo momento com o público, distribuiu beijos em seus companheiros de banda e exibiu uma voz completamente intacta e perfeita. Assim como o tecladista Sérgio Britto que arrebentou em "AA UU" e em "Homem Primata" chamou o público para o coral. O guitarrista Tony Bellotto e baterista Charles Gavin tocaram seus respectivos instrumentos com perfeição.

O show acústico MTV, no final dos anos 90, fez tanto sucesso e foi tão significativo que ganhou espaço no segundo momento do show. Entrou no repertório a belíssima "Epitáfio" antecipada por um vídeo exibido no telão contando um pouco da composição da música. Nesta hora, Sérgio Britto pediu para todos acenderem as luzes dos celulares e logicamente foi atendido. Pronto, um céu repleto de estrelas estava formado dentro do Allianz Parque. Na sequência, eles incluíram "Cegos do Castelo" e "Pra Dizer Adeus".

O saudoso guitarrista Marcelo Fromer foi representado pela filha Alice Fromer que cantou, ainda no formato acústico, ao lado de Arnaldo Antunes as músicas "Toda Cor" e "Não Vou Me Adaptar". Além disso, a cantora também homenageou, junto com Titãs, a rainha do rock nacional, Rita Lee, tocando o hino "Ovelha Negra". E obviamente um tributo ao maravilhoso compositor e cantor Erasmo Carlos e ao rei Roberto Carlos com o clássico "É Preciso Saber Viver". 

Já partindo para a última parte do show, o público presente se encheu de mais nostalgia com os clássicos "Flores", "Polícia" e "Bichos Escrotos". Não faltou a coreografia e um sentimento de alegria no grande sucesso "Sonífera Ilha", música que fez os Titãs despontarem no cenário nacional e que concluiu um show simplesmente épico e memorável. 

Que delícia foi perceber a alegria e satisfação da banda. A sensação de felicidade era completamente palpável tanto vindo da banda quanto do público. Afinal, foi um show épico, com direito a telões enormes nos quais exibiram imagens dos músicos e alternando com outras imagens em movimento, deixando tudo ainda mais grandioso e digno de uma incrível banda de rock'n'roll composta por músicos competentes. Isso tudo regado a uma história louvável, cheia de hits e letras atemporais que certamente continuarão influenciando as gerações por vir. Obrigada Titãs! 

SETLIST COMPLETO:

• Diversão
• Lugar nenhum
• Desordem
• Tô cansado
• Igreja
• Homem primata
• Estado violência
• O pulso
• Comida
• Jesus não tem dentes no país dos banguelas
• Nome aos bois
• Eu não sei fazer música
• Cabeça dinossauro

Set Acústico

• Epitáfio
• Os cegos do castelo
• Pra dizer adeus
• Toda cor (Alice Fromer no vocal)
• Não vou me adaptar (Alice Fromer no vocal)
• Ovelha Negra (Rita Lee cover) (Alice Fromer no vocal)

Set 2

• Família
• Go Back
• É preciso saber viver
• 32 dentes
• Flores
• Televisão
• Porrada
• Polícia
• AA UU
• Bichos escrotos

Encore:

• Miséria
• Marvin
• Sonífera ilha