The Mönic: Autenticidade, Resistência e um Novo Capítulo no Rock Nacional
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The Mönic - Foto: instagram |
Banda paulistana fala sobre sua trajetória independente, a energia de Cuidado Você e a expectativa para abrir o show do Garbage e L7 em São Paulo
Por: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)
O rock nacional segue vivo e pulsante, e a The Mönic é prova disso. Desde 2018, a banda tem se destacado com seu som explosivo e uma trajetória marcada pela autenticidade e pelo DIY. Depois de incendiar palcos como os do Knotfest Brasil e do Rock in Rio 2024, o quarteto paulistano agora se prepara para mais um grande momento: abrir o show do Garbage e L7 em São Paulo, no dia 22 de março.
Com o álbum Cuidado Você, lançado pela Deck e produzido por Rafael Ramos, a banda reafirma sua identidade e traz letras afiadas e energia crua. Além disso, a The Mönic não se limita à música — o grupo também é responsável pela 'Não Tem Banda Com Mina', um projeto itinerante que fortalece a cena feminina no rock.
Conversamos com a guitarrista Dani Buarque sobre essa jornada intensa, os desafios da cena independente e os próximos passos da banda. Confira!
FRS: A The Mönic tem se consolidado como um dos nomes mais relevantes do rock nacional. Como vocês enxergam essa trajetória desde a formação da banda em 2018 até agora?
Dani Buarque: É uma caminhada intensa, cheia de altos e baixos, mas sempre com muita verdade e entrega. A The Mönic nunca foi sobre seguir uma fórmula, e acho que isso que faz a gente juntar a galera que se conecta com a gente de forma genuína, tijolinho por tijolinho. Já vi comentário na internet de quem não consome o underground achando que a gente chegou agora na cena e que tem alguém poderoso por trás comprando espaço por estar começando a ver muito nosso nome por aí. Acho até engraçado quando confundem o corre independente de uma banda que sempre gerenciou sua carreira, levantou próprios eventos pra tocar sem ter dinheiro, com algo construído por um grande empresário—sinal de que o trampo tá reverberando além da nossa bolha.
FRS: O mais recente disco 'Cuidado Você' traz uma energia intensa e letras marcantes. Como foi o processo de composição e gravação desse álbum?
Dani Buarque: Queríamos que ele soasse cru e direto, a gente começou ele durante a pandemia, o que tornou o processo de composição muito visceral. Era uma época de muita incerteza, estávamos passando por uma mudança na formação original e a única opção que a gente tinha era dar tudo de si porque o pior já estava acontecendo ali para o mundo todo.
FRS: Como foi trabalhar com o produtor Rafael Ramos, que já esteve por trás de álbuns icônicos do rock brasileiro?
Dani Buarque: O Rafa é um acontecimento hahaha Ele além de ser uma enciclopédia musical, ligado em tudo que já aconteceu e está acontecendo, ele é um produtor humano. Ele consegue sacar muito bem a essência das bandas com quem trabalha, e com a gente não foi diferente. Sacamos juntos o que era Cuidado Você durante todo o processo e ele soube potencializar. Ele acompanhou cada composição desse disco desde o nascimento, cada riff, cada refrão, cada melodia. Levantamos um repertório de 25 músicas pra chegar nas 14 gravadas.
FRS: Vocês já tocaram em festivais gigantes como o Knotfest e o Rock in Rio. Como tem sido essa experiência de dividir palco com grandes nomes da música?
Dani Buarque: É surreal. São momentos que, quando a gente para pra pensar, parece que ainda não caiu a ficha. No Knotfest, por exemplo, estávamos ali no meio de bandas que crescemos ouvindo, e no Rock in Rio, passou um filminho na cabeça de todas as edições que fui e pensava “um dia será a gente ali". Para mim é muito importante viver muito presente essas oportunidades, com muita gratidão mas também com muito pé no chão. Sinto a beleza e a felicidade de tudo que estamos vivendo. Desde um estádio cheio na abertura de um festival até na casa pra 100 pessoas do interior. Todo show tem sua importância, e posso dizer com toda honestidade do mundo que me emociono tanto quanto um Knotfest, ter uma pequena casa cheia de pessoas que saíram só pra colar no show e cantar nossas músicas.
FRS: Agora, vocês vão abrir para Garbage e L7 em São Paulo. O que esse momento representa para a banda?
Dani Buarque: Uma realização absurda. A gente já abriu pro Garbage em 2016, quando éramos o BBGG, então agora voltar a dividir o palco com elas como The Mönic, ao lado do L7, que também é uma referência enorme pra gente, é um ciclo muito especial que se fecha. São duas bandas que pavimentaram o caminho pra muitas mulheres no rock, e estar ali, dividindo essa noite, é surreal. Muito do que a gente prega como artistas mulheres vieram delas. A gente tem uma festa chamada 'Não Tem Banda com Mina', que sempre que contratam nosso show a gente tenta vender a festa, que é uma forma de apoiar a cena local de mulheres, pq a regra da festa é ter pelo menos 80% de mulher em cima do palco.
FRS: Depois dessa turnê incrível, quais são os próximos passos da The Mönic? Podemos esperar novos lançamentos em breve?
Dani Buarque: Sempre! Semana que vem tem anúncio importante. E em breve agenda com muitos shows com estados que a gente nunca foi, que é a grande meta de 2025.
De 21 a 23 de março acontece a super turnê do Garbage, uma das mais influentes, aclamadas e explosivas bandas na história do alternative rock com a sempre irradiante Shirley Manson nos vocais, com as meninas do L7, que incendiaram o grunge na década de 1990, como convidadas especiais. Os shows acontecem no Rio de Janeiro (21/03, no Sacadura 154), São Paulo (22/03, no Terra SP) e Curitiba (23/03, na Ópera de Arame). A banda The Mönic fará a abertura dos eventos em São Paulo e Curitiba.
Os ingressos estão disponíveis no site https://fastix.com.br.
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