Lesoir - Crédito: Harry Heuts

'Push Back The Horizon' é o sexto álbum do excelente quinteto holandês

Texto: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)

Lesoir divulga 'Push Back The Horizon', o sexto registro de estúdio e o mais maduro e sofisticado da carreira. O anúncio veio na sequência do lançamento do single 'Under The Stars' . 

O talentosíssimo quinteto holandês de rock progressivo nasceu em 2009 na cidade holandesa de Maastricht e foi silenciosamente construindo uma base de fãs ao redor do mundo. Atualmente, a formação conta com Maartje Meessen (vocais, letrista, flauta, piano, guitarra, cordas e arranjos), Eleën Bartholomeus (backing vocals, guitarra, synth e percussão), Ingo Dassen (compositor, guitarra, beat programming), Bob Van Heumen (bateria, percussão, backing vocals) e Ingo Jetten (baixo, pedal steel, guitarra, backing vocals). 

Um dos pontos altos na carreira do Lesoir aconteceu em 2019 quando a banda excursionou pela Europa durante cinco semanas ao lado das lendas do progressivo Riverside e lançaram o álbum 'Mosaic' que recebeu elogios e boas posições nas paradas europeias e asiáticas.

Em 2020, Lesoir precisou adiar o planejamento de 20 shows, mas isso não parou a banda que respondeu lançando 'Babel' de 20 minutos em vinil artesanal limitado, esgotando todas as 250 cópias em quatro semanas. Este lançamento incluiu uma gravação única ao vivo e um curta-metragem de animação de Crystal Spotlight, conhecido por colaborações com Porcupine Tree e Steven Wilson.

A elogiada química ao vivo e os refrões descolados de Lesoir destacam suas composições distintas. Em dezembro de 2022, eles começaram a gravar 'Push Back The Horizon', produzido por John Cornfield, conhecido por seu trabalho com Muse, Kashmir e outros. A colaboração com Paul Reeve, produtor vocal do Muse, e a gravação em Muziekgieterij, Maastricht e no Reino Unido, com masterização por Steve Kitch do The Pineapple Thief, prepararam o terreno para um lançamento promissor.

Lesoir decide voltar aos palcos europeus no outono de 2023. A demanda foi tamanha que a agenda da banda ficou lotada a partir de novembro de 2023, com shows principais e participações confirmadas em festivais.

Agora, Lesoir entrará em intensa divulgação do novo álbum 'Push Back The Horizon' que chegou nas plataformas digitais nesta sexta-feira (20). Com uma sonoridade sofisticada, que transita entre o rock moderno, o progressivo, pop e flertes com elementos da música pesada, 'Push Back the Horizon' é um salto na carreira da Lesoir, que desde o início se destacou na cena europeia por experimentar e ousar.

Leia a nossa entrevista com o guitarrista Ingo Dassen que detalhou tudo sobre a produção do novo registro de estúdio:

FRS: Lesoir está na estrada desde 2009. Na sua opinião, como a banda evoluiu desde então?

Ingo Dassen: Quando começamos, éramos uma banda realmente influenciada pelos anos 90. Nós apenas fazíamos músicas que gostávamos na época e queríamos principalmente tocar e estar na estrada. Mas ao longo dos anos/turnê/álbuns, nos tornamos cada vez mais conscientes de nossos pontos fortes como banda e com o que podemos nos diferenciar. Mas a inconstância em termos de composição ainda está lá. Nada como jogar diferentes estilos de música em um liquidificador lesoir e transformá-lo em uma música que se adapte a nós como banda

FRS: Vamos falar sobre o próximo álbum, "Push Back The Horizon". Como funcionou o processo de composição para vocês? Quais foram as principais influências para este novo lançamento?

Ingo Dassen: Nosso processo criativo é sempre o mesmo. A base sempre começa em um violão (acústico). O guitarrista Ingo Dassen então pega essa ideia e a arranja em uma demo instrumental completa. Quando uma coleção de demos instrumentais está pronta, isso geralmente também traz uma vibração e é isso que desperta o sentimento em Maartje, que então começa a trabalhar, conceitualmente ou não, para fazer sua parte textualmente e vocalmente. Nós sempre escrevemos o que sentimos no momento de fazer um álbum. Então o resultado na forma como um novo álbum soa pode ser muito diferente dos álbuns anteriores, e acontece que sempre é. Porque estamos sempre em uma fase diferente ou nova de nossas vidas. Mas como nos sentimos não muda o processo criativo, que nunca mudou realmente ao longo dos anos.

Musicalmente, somos atraídos por uma ampla gama de estilos. Pode ser desafiador reproduzir e fazer chocolate musical de tudo que absorvemos musicalmente, e ainda soar como Lesoir. Fizemos o disco prog (Latitude), fizemos o disco do Pink Floyd (Mosaic), um épico de mais de 20 minutos (Babel). E agora, de certa forma, voltamos ao básico; a música. O prog não se foi, mas agora está um pouco mais nos detalhes. Em termos de temas, você poderia dizer que o novo álbum Push Back The Horizon é sobre relacionamentos e situações humanas, em relação a como agimos e como realmente deveríamos nos comportar para fazer um mundo melhor.

Ingo Dassen: Trabalhar com John é sempre um prazer. Ele te deixa à vontade e te coloca naquela bolha de criatividade. John entende o que estamos procurando. Um bom produtor amplia os pontos fortes da banda e/ou da música e John pode fazer isso.

FRS: Vocês enfrentaram algum desafio ao gravar "Push Back The Horizon"?

Ingo Dassen: Além do fato de termos entrado no estúdio com mais algumas pontas soltas (normalmente temos tudo preparado com perfeição antes da gravação), foi outro ótimo processo onde todos puderam fazer suas coisas e onde buscamos aquele pouquinho de mágica que todo disco precisa.

Ingo Dassen: Já tocamos 8 das músicas ao vivo, e as outras 2 definitivamente seguirão o mais rápido possível :)

FRS: Os fãs podem esperar uma turnê no Brasil em um médio prazo?

Ingo Dassen: Está na nossa lista de desejos fazer uma turnê na América do Sul, sabemos por outras bandas que o público é incrível. Espero que um dia no futuro possamos fazer isso acontecer :)