Foo Fighters explora novos sons em 'Medicine At Midnight'
12:00 PMO décimo registro de estúdio da banda já caiu nas graças do povo britânico e vendeu mais de 40 mil cópias no formato físico
Texto: Giovana Costa
Os caras do Foo Fighters lançaram no dia 5 de fevereiro "Medicine At Midnight", o décimo álbum da carreira e eu tirei um tempinho para analisá-lo trazendo minhas impressões para vocês. Antes de tudo gostaria de dizer que os acompanho há um bom tempo, apesar de não ser uma super fã e venho opinar como uma moça que curte e escuta rock por pura diversão e sobrevivência desde criança.
O sucessor de "Concrete and Gold" (2017) foi produzido por Greg Kurstin com composições de nossos queridos Dave Grohl (voz e guitarra), Pat Smear (guitarra), Nate Mendel (baixo), Taylor Hawkins (bateria), Chris Shiflett (guitarra) e Rami Jaffee (teclado). O álbum contém 9 faixas.
Ok, vamos lá, são 37 minutos do que gosto de chamar de "saladinha de frutas", a influência de rock clássico dos anos 60, 70 e 80. É notável a referência de Beatles, Paul McCartney, Poison, Kiss, um pouquinho de Metallica e principalmente, muito, mas muito de David Bowie e Prince. Isso por só podemos dizer que uma característica é incrível, apesar de trazer um ar atual e ousado de estilos que ouvimos nos lançamentos das rádios hoje em dia, criando assim, um clima de algo novo e super nostálgico ao mesmo tempo.
"Making A Fire", faixa que abre o álbum, dá aquela esperança de que será um registro de estúdio repleto de riffs de guitarra potentes com um toque rock'n'roll clássico.
No entanto, quem estiver esperando por um heavy rock se surpreenderá positivamente. Arrisco em dizer que até aquele pessoal que diz "gosto de rock, mas não pesado" se agradaria de ouvir este álbum que tem o "peso" e "leveza" na medida certa, com algumas músicas mais agitadinhas e outras mais tranquilas, sendo num total, equilibrado. Nesta categoria podemos citar "Chasing Birds" e "Waiting On A War", sendo essa uma dedicação de Dave Grohl para a filha Harper.
"Enquanto criança crescendo dentro dos subúrbios de Washington DC, eu sempre tive medo de guerra. Eu tinha pesadelos de mísseis no céu e soldados no meu quintal muito mais provavelmente aflorados pela tensão política no início dos anos 80 e minha proximidade com o Capitólio. Minha juventude foi passada embaixo de uma nuvem de um futuro sem esperança. No último outono, enquanto eu levava a minha filha de 11 anos para a escola, ela virou pra mim e perguntou, "papai, haverá uma guerra?" Meu coração pulou do meu peito no momento em que eu olhei dentro dos olhos inocentes dela, porque eu percebi que ela estava agora vivendo debaixo daquela mesma nuvem escura de um futuro sem esperança que eu tinha sentido 40 anos atrás", explica o líder do Foo Fighters.
Assista ao vídeo de "Waiting On A War":
A banda não perdeu sua essência, mesmo não trazendo mesmo dos álbuns anteriores, e isso está longe de ser um problema! Afinal, um dos maiores pesadelos dos músicos e seus fãs é ver uma banda presa ao estilo de seu primeiro álbum sem se reinventar, por que digo isso? Quando lançaram "Shame Shame" foi uma das sonoridades mais inusitadas apostando bastante na percussão, mas um destaques é o fortíssimo refrão que ficará poderoso ao vivo.
Assista ao vídeo de "Shame Shame":
De fato, as linhas de bateria mais leves e melodias mais cantadas e ritmadas com pequenas surpresas do rasgado canto de Grohl e alguns riffs de guitarra trazem um gostinho a mais nas letras que parecem ser reflexões agridoces que rondam a mente de David que as compôs. Viu? Eu disse que era uma salada de frutas! Destacamos a faixa título "Medicine At Midnight" que é uma excelente combinação de jazz e rock pop, daquelas que jamais imaginaríamos o Foo Fighters fazendo. Seria uma perfeita mistura entre Prince, Michael Jackson e Santana juntos.
"No Son Of Mine" é aquela formula clássica que conhecemos do Foo Fighters, agressividade a la Motorhead e um toque sombrio, além dos drives característicos de Dave.
Assista ao vídeo de "No Son Of Mine":
Continuando com a sonoridade amada da banda, temos "Holding Poison" que na primeira audição relembra bastante a receita usada no álbum "Wasting Light" (2011) e se percebe também uma ligeira volta às origens chegando no refrão.
Nas redes sociais, o lançamento de "Medicine At Midnight" foi muito bem recebido pelos fãs, apesar de sempre ter aqueles que não se agradam muito. Se eu puder colocar em porcentagens, digamos que foi 87% bem aceito e 13% nem tanto assim. Para finalizar esta obra de arte do Foo Fighters, a banda escolheu "Love Dies Young" que traz uma pegada mais rock pop clichê, comparando a "These Days".
Tenho escutado o decorrer de muitas e diferentes bandas, tive muito orgulho do desenvolvimento de algumas e nem tanto de outras porém, como observadora de longe, posso afirmar que por mais que soe um pouco diferente, ainda tem, e muito a cara do Foo Fighters e vale a pena apreciar como trilha sonora de bons eventos da vida, perfeito pra curtir numa viagem de carro numa tarde ensolarada, após esse estresse todo de pandemia é claro! Até lá escute em casa mesmo, faça seus bons momentos. Mas é claro! Avalie por sí mesmo tire suas conclusões, garanto que não serão ruins!
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