Caos Ludico se reinventa com a série 'Caos em Casa'
12:05 PMCaos Lúdico - Foto: divulgação |
Sexteto brasiliense está recriando versões incríveis de grandes clássicos do ska rock ao lado de ilustres convidados. A mais recente participação foi de Jenny Morrison para o sucesso 'Ruby Soho' do Rancid.
Por: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)
Caos Lúdico é um dos nomes mais relevantes do ska punk brasileiro. A banda surgiu no ano de 2015 em Brasília e carrega em sua essência muita influência do ska, punk rock e reggae. Desde sempre, suas composições chamam atenção pela complexidade e letras que abordam detalhes do cotidiano com um discurso direto ecoando em um som forte e contemporâneo. A formação atual está junta desde 2018 e conta com João Ramos (voz/guitarra), Rafael Marreta (baixo), Guilherme Wanke (bateria), Felipe Andrade (saxofone), Haniel Tenório (trompete), Luciano Batista (Trombone).
O sexteto brasiliense tinha planos de excursionar pelo Brasil em 2020, mas devido aos impedimentos causados pelo isolamento social, eles precisaram encontrar uma nova maneira de fazer a turnê acontecer sem sair de casa. E assim nasceu 'Caos em Casa', uma série de gravações de músicas de bandas que são suas principais referências. Cada integrante grava o vídeo no seu canto (estúdio, casa), inclusive os convidados. “A realização desse projeto tem sido um desafio muito interessante! Os integrantes da banda se dividiram em funções e cada um participa de alguma forma para que o resultado final seja satisfatório. Mais uma vez, nós precisamos nos reinventar, pois no momento não é possível ir a um estúdio para ensaiar ou gravar os instrumentos”, conta a banda.
O episódio de estreia de 'Caos em Casa' contou com a participação do baterista norte-americano Nate Cohn (da banda Mustard Plug, grande nome da terceira onda do ska punk mundial) para tocar o clássico ‘Monkey Man’, do Toots and the Maytals. Mais recentemente, eles convidaram a vocalista Jenny Morrison, da premiada banda de ska punk Tef London, para uma inusitada versão de 'Ruby Soho', do lendário Rancid. A música ganhou contornos tropicais e modernos, com belíssimo trabalho de naipe de metais e arranjos sofisticados.
Conversamos Caos Lúdico que nos detalhou sobre a produção da série 'Caos em Casa', sobre o momento da banda e também sobre planos futuros. Confira!
FRS: Sabemos que Caos Lúdico se formou em 2015 e tem uma forte influência de ska e punk rock californiano. No entanto, para aqueles que estão conhecendo o trabalho da banda, como se conheceram e decidiram começar o projeto?
João Ramos: A banda surgiu no fim de 2015 por meio de amigos em comum, contatos pela internet e amizades pessoais. A primeira formação foi até o início de 2018 e de repente, cada um seguiu seu caminho e ficou só eu. Resolvi prosseguir com o trabalho, pois é o que me move e é a minha paixão até hoje. Não tinha porque desistir fácil. Nunca fui assim. Claro que você sente no começo, mas tudo passa. Mas se você for fiel a si mesmo e ao seu som, tá valendo!Com isso, fui atrás das pessoas e tive muita sorte! Fizemos um show de estreia em abril de 2018 e até hoje estamos juntos, trabalhando firme! Fizemos muitas conquistas juntos.
FRS: Qual a origem do novo "Caos Lúdico"?
João Ramos: A origem dessa formação foi por meio de amigos em comum no meio musical e de redes sociais. No caso do Gui e do Rafa, temos amigos em comum que são da música e que me indicaram os dois para fazerem parte do projeto. No caso do Trio do naipe de metais, conheci o Felipe pelas redes sociais, falei do projeto e ele topou e chamou o Haniel e Luciano para fecharmos o trio! Todos se deram bem. Assim, continuamos e fomos criando liga!
FRS: Qual o papel da música para a vida de vocês e quais foram os momentos mais impactantes na carreira até o momento?
Guilherme Wanke: A música é algo libertador. É maravilhoso ver a reação do público quando estamos tocando ao vivo, ver toda aquela energia compartilhada por todo mundo do lugar. O momento mais impactante na minha opinião foi em ver a galera do nosso primeiro show em Goiânia fazendo a festa. Eu conseguia ver toda a energia e felicidade do povo dançando e gritando.
FRS: Vocês estão com a formação atual desde 2018, como tem sido o entrosamento e o processo de composição da banda?
João Ramos: O entrosamento é por base de ensaios, shows, gravações e vivência. A “estrada” ajuda muito nesse quesito, pois faz a banda encontrar a sua mensagem, o seu significado e a sua “vibe”. Além disso, os integrantes vão colocando o seu melhor em cada canção e em cada show. Cada um evolui como pessoa e artista.
Sobre o processo de composição, buscamos transmitir o que estamos sentindo no momento e usamos também alguns recortes do cotidiano. Muitas vezes, os temas são distintos, pois temos muitas histórias e pensamentos para serem escritos. Passamos por tantas experiências boas e ruins, que poderíamos compor todos os dias. Como falamos de várias coisas, acho que em algum momento as pessoas se identificam. Queremos que nosso público se sinta na música.
FRS: Vocês recentemente iniciaram uma série de episódios no instagram chamado "Caos Em Casa", o primeiro convidado foi Nate Cohn (Mustard Plug) para tocar o clássico dos clássicos ‘Monkey Man’, do Toots and the Maytals. Como tem sido a experiência para vocês?
Rafael Marreta: Para nós, foi uma enorme honra poder colaborar com um grande nome do ska. No começo dessa pandemia, estávamos um pouco desanimados por ter que parar nossas atividades presenciais. Por outro lado, percebemos que a internet poderia não só unir a banda para esse projeto, como também nos unir a músicos de outras cidades e até países diferentes.
Assista ao vídeo:
Felipe Andrade: Estávamos á procura de mulheres que fazem parte da cena do Ska, por sorte acontecia naquele momento um festival somente para bandas que possuem mulheres como integrantes. Conferimos as bandas e curtimos muito a Tef London, assim como muitas outras. Ficamos surpresos com a quantidade de mulheres na cena. Com isso, mandamos o convite para a Jenny e logo ela respondeu e se mostrou bem interessada no projeto e seguimos em frente para a produção do trabalho. Ela possui um timbre muito autêntico e casou como uma luva para a versão de “Ruby Soho”.
FRS: De fato, "Ruby Soho" ganhou uma sonoridade mais tropical nesta nova versão. O que foi mais desafiador ao trazer a brasilidade para a música?
Luciano Batista: Aconteceu de uma forma natural. Pensamos nos elementos mais marcantes da música e adaptamos aos nossos instrumentos. As nossas influências musicais acabam refletindo nos arranjos, e às vezes, até características de outros estilos são incorporadas em certos momentos.
Assista ao vídeo:
Haniel Tenório: Um dos pontos mais incríveis e interessantes foi receber toda essa carga positiva e a Jenny propõe isso quando está cantando. Muito bom saber que antes de trocarmos uma só palavra, já estávamos conectados pelo som do ska. No vídeo, é possível perceber certo “sotaque musical” e uma energia incrível! Esperamos fazer um som ao vivo com ela.
FRS: Para finalizar, quais serão os próximos passos da Caos Lúdico?
João Ramos: Nesse momento, não dá para planejar muito. Mas quando voltar ao normal, lançar o EP que já está em processo de gravação, realizar shows e/ou tocar em festivais pelas cidades do Brasil e sempre engajar e produzir novos trabalhos e conteúdos pelas nossas redes para o nosso público. Por agora, é trabalhar no material que estamos fazendo em casa, como o “Caos Em Casa” e outros que podem vir. Além dos episódios de “Caos Em Casa”, fizemos um acústico de “Recordações” e um clipe de “OK” com os nossos amigos e fãs!
0 comentários
Não esqueça de deixar seu comentário! Ele é muito importante para nós!