Deaf Kids deseja hipnotizar a sua mente com novo álbum

8:00 AM

Deaf Kids - Foto: Jean Ribeiro
"Configuração do Lamento" é o novo trabalho de estúdio do trio paulista que promete fascinar seus ouvidos com d-beats da melhor qualidade

Texto: Ingrid Natalie (instragram: @femalerocksquad)

Agressivo, psicodélico e visceral. Três adjetivos que definem a sonoridade da banda Deaf Kids. O trio formado por Douglas Leal (guitarra e vocal), Marcelo (baixo) e Lucas Mariano (bateria) lançou recentemente "Configuração do Lamento", sétimo trabalho de estúdio, pelo selo Neurot Recordings. O álbum, como a própria banda classifica, foi escrito para ser tão intrigante aos ouvidos como hipnótico para mente. As oitos faixas transitam entre sonhos delirantes da febre, os ácidos riffs de guitarra e a presença insana da bateria.

A jornada do Deaf Kids começou em 2010 na cidade de Volta Redonda (RJ) como um projeto solo de Douglas. Em seguida, Marcelo e Robinho entraram para a banda assumindo respectivamente baixo e bateria. Tempos depois, Lucas Mariano veio para substituir Robinho culminando na formação atual do trio que hoje reside em São Paulo.

Compondo e criando juntos, Deaf Kids começou a combinar as preferências musicais de cada membro com um interesse comum em explorar cada vez mais o ritmo hipnótico e brutal do D-beat, uma das batidas conhecidas do punk e hardcore. O resto é história. O trio já realizou duas turnês europeias e excursionou por todo o Brasil, ao todo foram mais de 100 shows. Pouco tempo atrás, eles dividiram o palco do Carioca Club em São Paulo com a banda californiana Neurosis.

Conversamos com Douglas que nos contou a início da banda, como foi abrir para um nome importante do heavy metal e planos futuros. Confira: 

FRS: Primeiramente, para aqueles que estão se inteirando sobre a banda, como vocês se encontraram e decidiram formar o projeto?

Douglas: O projeto começou em Volta Redonda/RJ em meados de 2010, formado por mim (Douglas) como um projeto solo. Logo em seguida nos conhecemos a partir da banda e formamos uma unidade ao vivo, o que mais tarde viria a se consolidar como um trio.

FRS: Como surgiu a ideia do nome Deaf Kids?

Douglas: Surgiu de uns textos que estava escrevendo na época - e explicando com palavras mais atuais - o nome veio inspirado meio que na programação da nossa mente e sentidos, pela desinformação e dissonância cognitiva que nos faz viver em estado de conflito e tensão, ou seja, crianças cegas, surdas e mudas.

FRS: Como funciona o processo de composição para vocês? Existe alguém responsável pela letra e outro pela melodia?

Douglas: As letras, o conceito, o ritmo e a melodia geralmente se desenvolvem mutuamente, variando entre o que amplifica e acrescenta no outro campo, e por aí vamos. O responsável por praticamente todas as letras sou eu (Douglas), e do que diz respeito à composição e criação musical, hoje tendemos a trabalhar mais em conjunto.

FRS: Quais são as principais influências da banda? 

Douglas: Eu citaria algumas pessoas como Robert Anton Wilson, Timothy Leary, Glauber Rocha, Jung, H.D Thoreau, Alan Moore e Eduardo Galeano, etc. As diversas realidades e suas divergências diárias, a história do Brasil e os processos de colonização e "desenvolvimento" das sociedades e civilizações do mundo, desprogramação mental, o caos e a destruição, o auto-conhecimento e a morte, música e arte de resistência e que se comunicam/conectam/alimentam o corpo-espírito.

FRS: Como vocês definiriam a sonoridade do Deaf Kids?

Douglas: O Deaf Kids está mais próximo do ethos Punk do que qualquer outro 'gênero' musical. Mas em nossas intenções também reside a vontade de não pertencer a nada que seja "simplesmente" definível. Pode-se dizer que é uma sonoridade agressiva e mais corporal, rítmica e selvagem, barulhenta e psicodélica.

Veja o clipe de "Pés Atados", umas das faixas do álbum "Configuração do Lamento": 



FRS: Deaf Kids já realizou shows no exterior. Como é a recepção do público estrangeiro?

Douglas: As recepções não poderiam ter sido melhores.

FRS: Recente, Deaf Kids dividiu os palcos com a banda Neurosis, super conceituada no meio heavy metal. Nos conte sobre a experiência e qual foi a sensação para vocês. 

Douglas: Foi uma experiência incrível ter tido a oportunidade de conhecê-los. Nosso último registro 'Configuração do Lamento' foi lançado em Outubro pela Neurot Recordings, selo americano independente dos membros da banda. Depois de todo o contato em relação ao lançamento do disco, ter tido a oportunidade de dividir o palco na primeira vinda da banda pro Brasil foi gratificante e especial. Que tenha sido a primeira de próximas oportunidades que virão.


Assista a gravação do show no Carioca Club:


FRS: Qual é o fator motivador para vocês a fazer música?

Douglas: A música guia pelo caminho e é também o caminho a percorrer.

FRS: Finalmente, quais são os planos da banda para 2018?  

Douglas: Tocar e compor material novo.

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Facebook: https://www.facebook.com/deafkidspunx/
Bandcamp: https://deafkids.bandcamp.com/

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