Plutão Já Foi Planeta trata de sentimentos profundos em novo álbum
12:45 AMPlutão Já Foi Planeta - Foto: Diego Marcel |
Quinteto potiguar abordou o tema "saudade" no novo álbum "A Última Palavra Feche a Porta" disponível em todas as plataformas digitais. Banda é uma das atrações do Lollapalooza Brasil 2018.
Texto: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)
O nordeste sempre foi berço de grandes artistas. Desta vez, a região mais pluralmente cultural do país nos apresenta a banda Plutão Já Foi Planeta. Nascida em 2013 na cidade de Natal (RN), a banda ganhou grande notoriedade após se sagrar vice-campeã da terceira temporada do programa SuperStar, da Rede Globo. Atualmente, o quinteto é formado por Natália Noronha (voz, violão, teclado, contrabaixo elétrico), Gustavo Arruda (voz, guitarra, contrabaixo), Sapulha Campos (voz, guitarra, ukulele, Escaleta), Vitória De Santi (contrabaixo, teclado) e Renato Lelis (bateria).
Eles recentemente lançaram o álbum "A Última Palavra Feche a Porta" que chega três anos após a estreia do grupo com o disco, "Daqui Pra Lá" (2014), e é o primeiro trabalho depois do vice-campeonato do reality show global. A sonoridade da banda viaja por variados estilos, em particular o indie folk e o rock pop, conduzidos sempre pelas vozes de Sapulha, Natália e Gustavo – sozinhas ou combinadas. Entre as influências de Plutão Já Foi Planeta estão John Frusciante, Little Joy, Mutantes, Los Hermanos e grupos contemporâneos do indie pop britânico, como Bombay Bicycle Club e Little Comets.
Com a produção de Gustavo Ruiz, o novo registro de estúdio acabou se tornando conceitual. Da primeira à décima faixa, o segundo trabalho do grupo potiguar aborda a "saudade" que é uma das mais doídas sensações do ser humano. Lançado em março deste ano, "A Última Palavra Feche a Porta" conta com as participações das cantoras Liniker e Maria Gadú em duas faixas. Além disso, o produtor Gustavo Ruiz (guitarra e synth), Ramon Gabriel (percussão), Cris Botarelli (guitarra e synth) e Ari Noronha (harpa) complementaram os arranjos.
Conversamos com a multi-instrumentista Natália Noronha que nos contou mais sobre o momento atual da banda e da preparação para o show no Lollapalooza Brasil 2018. Veja:
FRS: Plutão Já Foi Planeta é uma das bandas mais queridas na atualidade. Qual a reação de vocês ao notar uma recepção tão positiva do público?
Natália Noronha: Sempre consideramos nossa relação com o público uma troca, como qualquer vínculo que você cria na vida. A gente curte muito, por exemplo, bater um papo com a galera depois do show, perguntar se curtiram, se foi o primeiro, falar sobre amenidades. Pra gente é um relacionamento, queremos manter e nutrir. Quando o público responde bem é como se fosse a prova de uma relação bem-sucedida, é quando a química bate. E a gente fica muito feliz, acha massa, isso nos motiva.
FRS: Vi em uma entrevista que o programa Superstar foi um divisor de águas para a banda. Quais foram as principais mudanças que aconteceram para vocês?
Natália Noronha: A maior de todas e a que sentimos de cara, como se fosse uma porrada na cara (só que boa, hahaha), foi a visibilidade que ganhamos. Graças à audiência da emissora, conseguimos chegar a várias regiões do Brasil em pouquíssimo tempo. É como se tivéssemos pegado um “atalho”. Daí veio a segunda mudança, que foi o aumento na demanda de shows. Como ficamos mais conhecidos, recebemos mais contatos para tocar e fizemos longas turnês pelo RN, Nordeste, São Paulo, Rio e região Sul. O ritmo foi tão intenso que deixamos trabalhos e estudos para nos dedicar somente à banda, que foi outra mudança trazida pelo SuperStar.
FRS: Recentemente, vocês lançaram o segundo disco, "A Última Palavra Feche a Porta". Este álbum foi, de alguma forma, mais desafiador do que "Daqui Pra Lá" (2014)?
Natália Noronha: Nesse disco tivemos mais zêlo com produção, diferentemente do "Daqui Pra Lá", que foi mais despretensioso. Então a experiência de ser produzido era totalmente nova pra todos. Antes de chegarmos à decisão de trabalhar com o Gustavo Ruiz, pensamos muito se nós e o produtor íamos nos dar bem, se ia fluir, se ele ia entender nossa onda. Mas tivemos sorte de tudo isso acontecer e findar num trabalho tão satisfatório pra todo mundo.
FRS: Como foi o processo de composição do novo álbum?
Natália Noronha: Depois que lançamos o "Daqui Pra Lá", tocamos bastante, fizemos vários shows pelo Nordeste e algumas cidades de São Paulo. Nesse período, naturalmente, surgiram várias composições. Outras nasceram, até mesmo antes. “A Última Palavra Feche a Porta” é o resultado de tudo que criamos entre ele e o "Daqui Pra Lá"; de tudo que vivemos, as experiências na estrada, as pessoais também.
Assista ao clipe da música "Alto Mar":
FRS: O álbum teve a produção de Gustavo Ruiz. Como foi trabalhar com ele?
Natália Noronha: Muito enriquecedor. “Gustavão”, como o chamamos, somou bastante não só ao disco mas à banda também. Ele tem uma bagagem musical muito grande, trabalhou com grandes nomes da música brasileira, além de ter um conhecimento técnico e domínio de teoria musical. Nos ensinou bastante. E a forma como a nossa relação se deu afetou o resultado final do álbum também. O clima nas gravações era muito legal, tirávamos muita onda, nos divertíamos, entre pausas para um bolinho com café. Isso com certeza nos deixou mais à vontade pra gravar e para criar, já que compomos muita coisa dentro do estúdio.
FRS: Algo muito interessante na sonoridade da banda é o uso de diferentes instrumentos como ukulele, synth, flauta-doce e até harpa. O quão importante é ter essas diferentes influências na música?
Natália Noronha: O Plutão é o produto final de uma mistura de vários gostos e referências musicais. O synth, por exemplo, veio da minha vontade de tocar teclado e está sempre presente nas músicas que escuto. A flauta foi o primeiro instrumento que Vitória aprendeu a tocar, fez aula e tudo. A harpa, meu pai toca. Então essa instrumentação é na verdade uma coisa muito natural na banda, nunca forçamos que isso acontecesse. É legal porque diz muito sobre os integrantes, sobre suas vidas, suas formações musicais.
FRS: Inclusive, Ari Noronha, pai da Natália, que toca harpa no disco. Como surgiu a ideia?
Natália Noronha: Foi engraçado, porque a harpa foi incluída no disco assim que Gustavão descobriu que meu pai tocava. Foi só eu mencionar isso que ele se animou para a ideia. Depois já começamos a pensar na música em que ela entraria, e Gustavão passou a madrugada seguinte pesquisando como instrumentá-la, porque ele nunca havia gravado uma harpa, não é um instrumento tão comum no Brasil. Contei a ideia pro meu pai e ele ficou super animado, logo pegou a música e aí rolou. Gravamos a harpa em um dia e curtimos muito o resultado.
FRS: Vocês são uma das atrações do Lollapalooza Brasil 2018. Qual o sentimento da banda ao receber o convite para tocar em um dos maiores festivais do país?
Natália Noronha: A gente tá meio besta, essa é a verdade, hahaha. Anos atrás isso seria uma coisa muito distante e hoje é realidade. Estamos muito animados pra viver essa experiência, curtimos muito tocar em festival, interagir com outras bandas, divulgar nosso trabalho. E é clichê, mas é real essa emoção de tocar no mesmo palco que artistas de sucesso mundial. Estar no mesmo lineu-up que Red Hot Chilli Peppers, por exemplo. Mostra que estamos num bom caminho. O Lolla é um dos grandes acontecimentos da carreira do Plutão, vem muito mais por aí!
FRS: Finalmente, o que os fãs podem esperar do show no festival?
Natália Noronha: Queremos fazer um grande show, com muita energia, como sempre é; emocionar e trazer uma mensagem legal pra quem estiver lá. Chamar atenção pra que as pessoas conheçam os artistas do Nordeste, do nosso estado.
Ouça o álbum na íntegra:
Onde encontrar Plutão Já Foi Planeta:
Twitter: https://twitter.com/plutaojafoiplnt
A sétima edição deste que é um dos mais importantes eventos de música e experiência do mundo, tem como headliners no dia 23 de março, Red Hot Chili Peppers e LCD Soundsystem; Pearl Jam e Imagine Dragons, são os headliners do dia 24 de março; e The Killers e Lana Del Rey, são os headliners do dia 25 de março.
As entradas podem ser adquiridas pelo site www.lollapaloozabr.com, bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – Citibank Hall, em São Paulo) e nos seguintes pontos de venda exclusivos: Teatro Cetip, em São Paulo, Km de Vantagens Hall RJ e BH.
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