Project Dragons une rock'n'roll com uma boa pitada de nostalgia

4:37 PM


Grupo mostra suas principais influências através de interpretações de clássicos do rock, heavy metal  e temas de anime e tokusatsu

Por: Ingrid Natalie (twitter: @ingridnatalie)

Para a banda Project Dragons, não existe fronteiras entre Argentina, Brasil e Japão. O projeto musical internacional nasceu em 2010 e foi idealizado pelo músico Gabriel Fox com o intuito de disseminar a importância do rock'n'roll e o amor pela cultura asiática. As interpretações de Gabriel Fox , Ric Sans Paulo Henrique e Silas Fernandes para clássicos do rock, heavy metal e televisão (principalmente animes e tokusatsu) são repletas de energia e verdade. Atualmente, o grupo está gravando o terceiro álbum de covers e o primeiro disco apenas com músicas autorais.

FRS: Primeiramente queremos saber sobre o nascimento do Project Dragons. Quando e como surgiu a ideia?

Gabriel Fox: a ideia surgiu no início de 2010, reunindo os ex-integrantes da Flo.oD Animeband, uma das bandas ‘das antigas’ de eventos de anime paulista, como o Expo Anime Brasil 2005 e outros. A ideia era inicialmente registrar em estúdio todo o repertório que não gravamos durante nosso período de atividades nos palcos (2005 a 2007) e partir para um projeto autoral, convocando e convidando novos músicos para o processo. Com o tempo, justamente pela proposta autoral englobar muita discussão sobre influências, direcionamentos, intenções e outros detalhes mais, as formações foram indo e vindo, enquanto os prazos do tal lançamento autoral ficavam cada vez mais espaçados. Hoje, o Dragons é um projeto consolidado como uma plataforma para divulgar os projetos e bandas dos músicos envolvidos, sendo: Ric Sans (banda Mr. Geek), Silas Ferreira (Projeto The Compacts), Paulo Henrique e Gabriel Fox (banda Arjuna).

FRS: Qual o origem do nome 'Project Dragons'?

Gabriel Fox: tanto na área de covers quanto de som autoral, a ideia era funcionar como um projeto online e de apresentações extremamente esporádicas, já que entre 2010 e 2013 os músicos dividiam-se entre um grupo argentino residente em Buenos Aires e outro grupo em São Paulo. O “Dragons” que se aliou ao Projeto do nome veio para ser uma representação do elo comum entre a maioria dos participantes: admiração e/ou participação de alguma forma artística que envolvesse a cultura asiática.

FRS: Vocês fazem covers de clássicos do rock, heavy metal. Como funciona o processo de escolha das músicas? 

Gabriel: essencialmente, por termos um público de idades diametralmente distantes, buscamos espelhar nossas influências nos covers e sons que, versão ou não, nossos seguidores se identifiquem com a mensagem, com as entrelinhas da música. Como exemplo: gravamos Olho Animal, da Patrulha do Espaço, uma das bandas de rock nacional mais importante da América Latina. Logo em seguida já tratamos de fazer a versão da mesma música em espanhol, Ojo Animal, interpretada pelo RIFF, banda do guitarrista argentino Pappo Napolitano, reverenciado em toda a América Latina (e também ex-integrante da brasileira Patrulha do Espaço). O Brasil com seu tamanho todo não tem uma banda de metal ou rock pesado pra lotar estádios ou festivais, enquanto vemos um Cosquin Rock argentino basicamente com bandas locais tendo como grandes estrelas nomes como o Malón (metal) e o Attaque77 (punk). Nosso público, de alguma maneira, merece ter contato com isso, do Brasil para o Japão há várias fronteiras que podem ser musicalmente interpretadas e admiradas, não evitadas como muitos fazem. 

FRS: A banda também interpreta temas de animes e tokusatsu que marcaram gerações, um exemplo é a abertura das séries Changeman e Flashman. Quão importante pra vocês é manter viva a paixão por essas séries?

Gabriel: não só pelas trilhas sonoras, mas a simplicidade destas séries reflete uma época que, inegavelmente, tinha exemplos de boa conduta muito mais relevantes e de fácil assimilação para a juventude do que as apresentadas hoje. Os Changeman eram mocinhos, Sr. Bazoo era o malvadão, use os Changeman como exemplo e acabou. Hoje, as séries ou constroem e reconstroem personagens com uma complexidade psicológica intangível para uma criança de 5 ou 6 anos, ou eternizam um estereótipo de herói milhares de vezes mais comercial que 20 ou 30 anos atrás. Ainda que seja hipotético demais alcançar só pela música o interesse de uma criança em conhecer tais séries, reforça a ideia de que os adultos de hoje tem sim de onde buscar inspiração e referência para nortear a atual geração jovem e suas descendentes. Não é a toa que o próprio cinema tem desenterrado vários ícones e produções clássicas e tenta dar uma repaginada em tudo: há escassez de novidades, de originalidade, de EXEMPLO no mundo atual.


Assista ao vídeo apresentando os temas de Changeman e Flashman:


FRS: Atualmente, vocês estão trabalhando no primeiro disco apenas com músicas autorais. Pode nos contar mais como está o processo de gravação?

Gabriel Fox: em 2013 com o falecimento do Banna, nosso baixista, o projeto praticamente se perdeu. Alguns pararam de tocar, outros sumiram e por aí vai. Foi só no meio de 2016 que novos músicos ao verem e ouvirem os covers e as prévias das gravações se interessaram e me convenceram a retomar as ideias. O Project Dragons hoje serve como uma grande plataforma de reunião de músicos amigos envolvidos em criação e desenvolvimento musical. Três músicas de 2013 já foram 100% regravadas, há outras 3 novas prontas e já temos mais 9 em processo de acabamento. O disco tem as vozes do Paulo Henrique (gravou Kamen Rider Kuuga no canal do Proj. Dragons) e todos os instrumentos feitos por mim (Gabriel Fox). A banda que, no caso, responsabilizou-se por reunir as músicas escritas pelo falecido Sergio Banna (ex-Harppia, Nau Capitânia e Thelema) e ainda terminar de escrever novo material é a Arjuna, contando também com a participação de todos os membros do Project Dragons em áreas diversas, desde a concepção de melodias até a apresentação do material concluído ou experimental para o público.

FRS: Finalmente, podemos esperar por shows da banda Project Dragons ao longo de 2017?

Gabriel Fox: certamente, como 2017 é realmente um recomeço do Project Dragons, pretendemos colocar toda essa potência e galera nova pra rodar bem em breve. O Silas, que cantou Changeman em nossa medley mais recente, hoje é vocalista permanente do projeto (foi convidado nos anos anteriores, tendo alguns dos vídeos mais assistidos e aprovados pelos asiáticos no Youtube), e todos os novos membros estão aos poucos se apresentando com as músicas novas (Paulo, com Kamen Rider Kuuga; Ric com Flashman). Nossos shows claramente reunirão os covers já conhecidos do Project Dragons, nossas composições autorais que originaram a Arjuna, clássicos do rock/metal nacional como sempre fizemos covers do Harppia (inclusive, Jack Santiago, cantor da formação original, teve duas músicas gravadas conosco entre 2010~2013), Joelho de Porco e outras bandas que são ofuscadas na mídia nacional, como os hermanos do Riff, Lorihen, Malón e outros.

Não somos mais só um projeto de covers, um projeto autoral, um projeto latino. Agregamos todas as influências de nossos projetos e bandas num espaço que tem encantado desde os fãs de Anime e Tokusatsu, até os rockers mais saudosistas do bom e velho rock-metal cantado em português.


Assista ao clipe do single "Não Haverá Outro Amanhã":


Onde encontrar a banda:

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