O veneno da serpente branca na calada da noite brasiliense.
10:35 PM
Começo
esta resenha em tom confessional: Bem antes deste humilde, porém honrado site,
pensar em existir, esta quem vos escreve aguardava por um dia como ontem.
Qualquer visitante que por mera curiosidade já tenha dado uma “fuçadinha” na
parte da “Equipe” do Female Rock Squad e tenha visto a minha foto com o meu top
5 (que na verdade é top 3, mas deixa isso pra lá) de bandas, notará que há um “Whitesnake”
ali entre um “Red Hot Chili Peppers” e um “Scorpions”. Sim, meus caros, sou uma
fã assumida da velha serpente albina desde os meus distantes 17 anos. Não é
tanto tempo assim, visto que há fãs mais antigos do que eu. Mas não se trata de
uma competição boba pra saber “quem é mais fã do que quem”, e sim o quanto as
músicas de uma banda significam para você ou marcam alguma época de sua vida.
“Slide it in” foi o primeiro LP que comprei, já festejei com amigos ao som de
“Still of the Night”, já pensei (e ainda penso) sobre os rumos da minha vida
ouvindo “Here I Go Again”, já curti uma fossa com “Looking for Love” rolando ao fundo e já
fiquei de bobeira vendo “Love Ain’t No Stranger” (e outros clipes) no Youtube. Em
2011 e em 2013 tive a chance de ver David Coverdale e cia. de perto, mas
infelizmente o Whitesnake era apenas a “banda-de-abertura” de duas atrações
maiores (Judas Priest e Aerosmith, respectivamente). Não que eu esteja
menosprezando os dois grupos, mas para fãs como eu isso era pouco. Ter apenas
uma horinha (ou nem isso) para desfrutar de sua banda favorita com uma
apresentação “corrida” (e qualidade de som ruim) é quase um sacrilégio. Para
mim não era o suficiente. Eu queria mais, queria ter uma noite em que eles não
dividissem o palco com mais ninguém, queria um show do Whitesnake pra chamar de
meu. E felizmente o destino em 2016 foi generoso comigo e com todos os amantes
brasileiros da “cobra branca”.
A turnê brasileira começou na semana passada. Porto Alegre foi a cidade
escolhida para o WS iniciar os trabalhos. De lá pra cá já passaram por São
Paulo, com duas apresentações, Belo Horizonte e ontem Brasília foi agraciada
com a chance de ter seu momento com a lenda do Hard Rock.
Os portões se abriram às 21h00 e a casa aos poucos foi se enchendo em número e em expectativas da galera. Entre o público, alguns casais enamorados, jovens adultos apreciadores de uma boa música e tiozões de meia-idade saudosos relembrando suas histórias com a banda amada. “Eu me lembro do Coverdale quando eu assistia o comercial de cigarros Hollywood”, “Eu tinha 15 anos quando ouvi Slide it In pela primeira vez”, “Sou fã desde a adolescência” eram algumas das conversas que rolavam ainda na fila.
Às 21h55 as luzes do palco se apagaram e “My Generation” do The Who começou a tocar. Os fãs entenderam o “recado” muito bem. A hora havia chegado (Para quem não sabe, é uma tradição tocarem essa música antes da banda começar o show). De repente, Michael Devin, Reb Beach, Joel Hoekstra e Tommy Aldridge, recepcionados calorosamente pela multidão, ocupam seus respectivos lugares no palco. E, por último, o homem por trás de tudo aquilo, uma das entidades do Hard Rock oitentista e protagonista de um dos clipes mais famosos do “Love Metal” (Não minta que eu sei que você já teve ou ouviu este CD), David Coverdale finalmente se apresenta perante o público, que não economizou nos aplausos e nos gritos ensandecidos.
David Coverdale - Foto: Arquivo pessoal |
Fazendo o seu famoso malabarismo com o pedestal do microfone, o vocalista e sua trupe tomaram o Net Live com “Bad Boys”, que na mesma hora foi recebida com empolgação pela plateia. Sem pausa pra respirar, mandaram um “Slide it In” na sequência. Mas foi durante a execução do megahit “Love Ain’t no Stranger” que os brasilienses entraram de vez no clima nostálgico da banda. Em seguida, mais sonzeira das boas com as ‘power ballads’ “The Deeper The Love” e “Fool For Your Loving”, igualmente cantadas por todos. Aliás, com um setlist obviamente recheado só com os maiores sucessos do Whitesnake, difícil mesmo era encontrar alguém que não estivesse cantando junto todas as músicas. Logo após a dobradinha “Ain’t no Love in the Heart of the City/The Judgement Day” David Coverdale aproveitou para fazer uma retirada estratégica e deixar o palco para os guitarristas terem o seu momento de destaque. Reb Beach, um velho conhecido do público, fez seu solo de guitarra e em seguida passou a bola para o novato Joel Hoekstra, que alternou entre a guitarra e o violão.
Reb Beach, o veterano, e Joel Hoekstra, o novato da banda. Foto: Arquivo pessoal |
De roupa trocada e voz descansada, David volta ao palco para
cantar mais dois sucessos, “Slow and Easy” e “Crying in the Rain”, sendo esta
última emendada com um baita solo de bateria de Tommy Aldridge, que
impressionou a todos principalmente quando jogou suas baquetas para o público e
passou a tocar o instrumento com as próprias mãos.
Depois de apresentar todos os integrantes da banda, Coverdale, esbanjando seu
carisma usual, faz aquela perguntinha capciosa que todos já sabem a resposta: “Brasília,
IS THIS LOOOVE?”
Ah, “Is This Love”... O hino-mor dos românticos dos
anos 80. Corações apaixonados, iludidos, partidos, endurecidos (ou nem tanto
assim) cantaram em uma só voz acompanhando o vocalista. O amor estava no ar. Os
sentimentos transbordavam. Casais se juntaram e celebraram a própria união, solteiros
empunharam seus celulares para tentar registrar esse momento único.
E para sacramentar a atmosfera oitentista que tomava conta do lugar, a incendiária “Give Me All Your Love”, seguida da atemporal “Here I Go Again” e da incendiária “Still of the Night” (com direito aos fãs acompanhando David nos agudos) foram despejadas de uma vez para um público enlouquecido. Os caras fizeram uma pequena pausa e voltaram para o bis. O encerramento ficou por conta de “Burn”, música do Deep Purple da época em que DC fazia parte do grupo, que também foi cantada a plenos pulmões pelos presentes. E assim, depois de 01h30 de show, a banda se despede, Coverdale agradece aos fãs enquanto estes aplaudem os músicos copiosamente, e os integrantes somem na escuridão do palco ao som de “We Wish You Well”. E é isso... Mais uma grande apresentação que ficará na memória dos apreciadores de um Hard Rock de alto nível, dos saudosistas e dos fãs de Whitesnake.
E para sacramentar a atmosfera oitentista que tomava conta do lugar, a incendiária “Give Me All Your Love”, seguida da atemporal “Here I Go Again” e da incendiária “Still of the Night” (com direito aos fãs acompanhando David nos agudos) foram despejadas de uma vez para um público enlouquecido. Os caras fizeram uma pequena pausa e voltaram para o bis. O encerramento ficou por conta de “Burn”, música do Deep Purple da época em que DC fazia parte do grupo, que também foi cantada a plenos pulmões pelos presentes. E assim, depois de 01h30 de show, a banda se despede, Coverdale agradece aos fãs enquanto estes aplaudem os músicos copiosamente, e os integrantes somem na escuridão do palco ao som de “We Wish You Well”. E é isso... Mais uma grande apresentação que ficará na memória dos apreciadores de um Hard Rock de alto nível, dos saudosistas e dos fãs de Whitesnake.
Whitesnake - Greatest Hits Tour 2016 - Brasília, 28/09 - Setlist:
Bad Boys
Slide It In
Love Ain't No Stranger
The Deeper The Love
Fool For Your Loving
Ain't No Love/Judgement Day
Guitar Solos
Slow And Easy
Crying In the Rain
Drum Solo
Band Intros
Is This Love
Give Me All Your Love
Here I Go Again
Still Of The Night
Burn
0 comentários
Não esqueça de deixar seu comentário! Ele é muito importante para nós!