Scalene explora dualidade no seu recente trabalho 'Real/Surreal'

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Scalene durante apresentação no festival Porão do Rock em 2014. Foto por Raphael Rangel
Texto: Ingrid Natalie (twitter: @ingridnatalie)

Quatro amigos de infância que decidem formar uma banda de rock. Tá, muito provavelmente você deve ter ouvido esse enredo tão comum e é familiar com o fato que são poucos que conseguem realmente encarar o projeto com seriedade. Aí que o final da história muda para o quarteto brasiliense, Scalene. A veracidade e paixão com as quais Gustavo Bertoni (vocal e guitarra), Philipe Conde (vocal e bateria), Tomás Bertoni (guitarra) e Lucas Furtado (contrabaixo) mostraram desde o início, em 2009, fizeram a banda ganhar milhares de seguidores nas redes sociais e fãs presentes nos shows.

Tomás Bertoni conta que sentia, tinha uma intuição, que a banda vingaria no meio musical devido ao bom entrosamento dos membros. Com dois meses de bandas eles já estavam fazendo boas gravações, o potencial era evidente. "A gente viu que realmente iria dar certo foi no show de lançamento do nosso primeiro EP. No show compareceram 600 ou 700 pessoas e foi um show muito massa, foi aí que começamos a aprender a fazer um show legal e isso foi em 2010 que eu realmente eu vi que haveria pessoas que consumiriam a nossa música e virariam fãs da banda", explica o guitarrista.

Até o momento a Scalene traz dois álbuns de estúdio, "Cromático" (2012) e "Real/Surreal" (2013). O último trabalho de estúdio apresenta uma sonoridade mais elaborada e desafia o ouvinte a caminhar entre o verdadeiro e o imaginário. O excelente álbum conceitual cativou os fãs e crítica. 

Tomás revelou ao FRS que o processo de composição de "Real/Surreal" foi bem natural. O guitarrista juntamente com o irmão, Gustavo, sempre estiveram compondo. Porém, quando realmente se prepararam para compor de forma mais efetiva o novo trabalho eles perceberam que as músicas estavam variando muito de estilo. Elas transitavam entre punk, hardcore e stoner rock. Os músicos chegaram a conclusão que não daria para ao invés de fazer um disco de 10 ou 12 músicas tão esquizofrênico assim. E daí surgiu a ideia de fazer os extremos de uma dicotomia, como por exemplo luz e sombra, dia e noite. Finalmente eles chegaram na ideia Real / Surreal. Tomás completa a explicação, "depois de termos várias músicas a gente começou a compor já pensando nesse conceito, tanto no instrumental como nas letras. Isso foi legal porque não nos limitamos. Foi um processo de aprendizagem e uma liberdade muito legal que graças a Deus funcionou".

Capa do disco "Real/Surreal"
O talento da Scalene levou a banda a receber um convite de uma gravadora, no entanto a proposta feita foi declinada. Segundo o guitarrista ter contrato com gravadora quer dizer absolutamente algo secundário e dependendo do caso pode ser tornar algo ruim, "no geral as gravadoras que surgiram nos anos 80 possuem uma forma de trabalho bastante antiquada, elas já tinham contrato com bandas que já eram ultrapassados, contrato de 5 ou 6 anos com uma forma de trabalho maluca para os dias de hoje. Além disso, várias gravadoras não possuem grana, como antigamente, para poder investir.  então nos recusamos não apenas pela liberdade artística, mas porque quando fomos contactados o CD já estava praticamente pronto e teríamos que abrir mão de tudo que tínhamos feito e nos submetermos a um contrato ultrapassado. Seria parar de trilhar um caminho que estava sendo trilhado e começar outro totalmente novo que não nos deu segurança de que daria certo. Essa liberdade não é apenas na parte de composição e musical, mas também de como nos apresentamos pro público, escolher singles, ou seja, passa por tudo que envolve a banda".

O reconhecimento não pára por aí. Scalene é um dos representantes brasileiros no festival Lollapalooza Brasil 2015 que acontece nos dias 28 e 29 de Março no Autódromo de Interlagos em São Paulo. O quarteto toca no mesmo dia de Smashing Pumpkins, Foster The People e Pharrel Williams. Essa acontecimento se concretiza como a realização de um sonho da banda. "Recebemos o convite oficial no final de setembro e não podíamos contar pra ninguém. Foi feito um contato no início do ano com os responsáveis do festival para apresentar a banda e meses depois eles nos retornaram. Foi realmente o Lollapalooza se interessando pela banda e querendo que a gente tocasse no festival", comenta Tomás.

A música "Danse Macabre" é o primeiro single do disco "Real / Surreal" e o vídeo clipe exibe com clareza o conceito através do uso de máscaras. O momento em que eles estão com as máscaras se configura no imaginário e sem as máscaras no verdadeiro. Quando questionado se a banda pretende levar essa ideia para o show no Lollapalooza Tomás afirma,"nunca usamos as máscaras nos shows ou algo do tipo. Também estamos planejando um trabalho novo em 2015. No Lollapalooza vamos começar a fazer essa transição. Então é bem provável que não façamos nada relacionado a cenário ou figurino".



Agradecemos a Scalene e ao guitarrista Tomás Bertoni que atendeu nossa equipe muito gentilmente.

Quer conhecer mais sobre a banda? Confira os links abaixo:
Site Oficial - http://www.bandascalene.com.br/
Facebook - https://www.facebook.com/bandascalene

Mais informações sobre o Lollapalooza Brasil 2015:
http://www.lollapaloozabr.com/

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