Flip Chicks, o grupo que tem rock'n'roll como principal combustível
3:44 PMFabi, Izzy e Stela Maris mostram porque hard rock, heavy metal e punk correm em suas veias |
Uma novidade que se originou na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo, para ganhar o Brasil! Estamos falando do trio Flip Chicks, que se formou de um jeito um tanto inusitado: em uma pista de dança no término de 2012. Desde o começo as meninas Fabi (baixo e voz), Izzy (guitarra e voz) e Stela Maris (bateria) mostraram muito empenho e aprenderam a tocar os instrumentos que cada uma tinha vontade de tocar.
O nome da banda é outro ponto curioso, ele veio de um filme pornô americano da década de 70. Década que predominou punk e metal, sonoridade que norteia o estilo do trio. Depois de quitarem a compra dos instrumentos e superarem aulas, ensaios na madrugada e calos nas mãos fazendo contraste com os esmaltes, o plano daquela primeira noite de festa finalmente se tornou realidade com o lançamento do primeiro trabalho do power-trio, o EP “Sick of Sins”. O trabalho de estréia está disponível na íntegra nos links da banda, com mais de 2,2 mil execuções só nos dois primeiros dias.
"Sick Of Sins" é composto por cinco músicas que abordam pontos importantes da vida, em alguns momentos quase como um auto-retrato, em outros quase como uma projeção, passando pela eterna guerra dos dogmas religiosos até horas de indagação que nos fazem acreditar em nós próprios. De acordo com Izzy (guitarrista), “nascer, viver e morrer tendo como base os padrões da sociedade não é para nós”. As músicas e todo o conceito do disco trazem também uma enérgica crítica aos padrões sociais, religiões, política e os destrutivos “ismos” do mundo o qual vivemos atualmente.
O EP teve lançamento no dia 08 de Agosto, no Sound, em Sorocaba. Inclusive, o disco também pode ser encontrado em formato físico. Leia a nossa entrevista com o novo power trio que nos detalhou tudo sobre a composição do "Sick Of Sins" e do trajeto da banda até agora. Confira!
FRS: Li que tudo começou em uma pista de dança em Sorocaba. Conte-nos desse início e desse curioso encontro.
Stela: Eu conhecia a Fabi de vista, mas nem conversávamos muito, estávamos dançando na mesma roda de amigos e lá pelas 4h da manhã ela perguntou se eu tocava alguma coisa, disse que um pouco de guitarra mas sempre quis tocar bateria, ela tocava teclado, mas queria tocar baixo e arriscava um vocal, naquele momento a banda se formou, porém, eu não acreditava que lembraríamos e fossemos levar à sério no dia seguinte. Após uma semana, já estávamos comprando os instrumentos e aprendendo a tocar, o primeiro ensaio foi lastimável já que tocávamos quase nada, mas melhoramos com o tempo e ainda estamos em processo de aprendizado.
Fabi: Eu sempre tive vontade de ter uma banda, mas era difícil demais achar as pessoas certas pra isso. Quando olhei pra Stela, parece que foi química mesmo! Eu sabia que ia dar certo. Fiz a proposta, e o resto é o que ela disse aí em cima.
Izzy: Eu não estava la .... entrei depois na banda, a Fabi já me conhecia a alguns anos e me enviou uma música autoral da banda (Too hot for you) pra eu fazer uma linha de guitarra. A Fabi falou pra ir no ensaio e quando cheguei lá vi que ela me enganou! Já me apresentou como guitarrista da banda ... ai claro que aceitei!
FRS: Quais as principais influencias da banda?
Stela: Cada uma escuta mais um estilo de som, eu gosto de punk, hardcore e indie, outra gosta mais de um metal e outra de hardrock. É toda essa mistura que funciona, a banda é resultado de nossas influências pessoais, mas dificilmente se enquadra em um estilo único, nossa vontade é de fazer músicas pesadas e com energia.
Izzy: Eu diria que fica entre metal, hard e punk. Nós temos gostos bem diferentes quando se trata de bandas ou estilos preferidos e isso dá um som diferente para nossas músicas, é como se pegasse elas e passeasse por esses estilos trazendo um pouco dos 3, o que às vezes torna até um pouco difícil definir um estilo só para as músicas ... o que até prefiro! Acho que se nós estivessemos presas em um estilo só seria um tanto tedioso.
FRS: Sobre a produção do "Sick Of Sins". Quanto tempo se passou entre as composições das faixas e o processo final de gravação?
Stela: Desde que formamos a banda já começamos a compor, juntando frases empoeiradas que já tínhamos escrito e idéias. Queríamos ter uma banda autoral, então, a primeira música (Too Hot for You) surgiu já nos primeiros ensaios, não nos apressamos em compor para gravar, deixamos as músicar surgirem organicamente de acordo com as idéias, riffs e improvisos.
Fabi: Engraçado que nós 3 já tínhamos uma "veia poética" bem desenvolvida. Entre rascunhos engavetados e textos publicados em blogs, conseguimos juntar algumas coisas e colocar a melodia. Foi bem automático esse processo.
Capa do EP, "Sick Of Sins" |
Stela: As músicas são resultado do que vivemos, sentimos e observamos, algumas passam um pouco de humor e outras são mais densas. Conversamos muito sobre o que já passamos na vida e assim os temas vão surgindo e tomando a forma de música. Todas nós, assim como muitas outras pessoas, tivemos momentos de não se enquadrar em uma religião, terminar um relacionamento, questionar os padrões, pensar que não há mais saída, recomeçar... guardamos todas essas sensações tão banais para expelir em forma de som.
FRS: Li que no início vocês tiveram dívidas com a compra dos instrumentos, as aulas e os ensaios na madrugada. Qual a importância da música na vida de vocês?
Izzy: Sou movida à música.
Stela: Fizemos o caminho inverso da maioria: primeiro formamos a banda e só depois fomos comprar os instrumentos e aprender a tocar. Porém, a música sempre esteve muito presente em nossas vidas, só que antes era apenas como espectadoras: já acompanhávamos a cena independente da cidade e mesmo bandas grandes, indo à shows e procurando sons. Cada ensaio, cada encontro e cada tempinho que temos para tocar, é um prazer orgástico, hoje temos a certeza que não existe vida sem música, tanto no palco como na platéia.
Fabi: Eu sempre vivi a música. Desde criança fui incentivada a tocar algum instrumento. Aprendi cedo a tocar órgão e teclado, mas meu sonho era ter um banda de Rock. Sempre me pegava tentando dar uns agudos parecidos com o do Axl, mas não tinha tanto talento pra isso rsrsrs. Com o passar do tempo a vontade de participar de uma banda foi aumentando, e eu não deixei ela morrer. Posso dizer que realmente não vivo sem música, tanto que casei com um músico!
FRS: É inevitável perguntar. Como vocês enxergam o posicionamento da mulher no rock'n'roll nos dias atuais?
Stela: A mulher tem uma visão diferente do homem, uma forma de sentir, de pensar, de ser e de fazer música. Gostaríamos que mais bandas femininas surgissem para representar essa essência no rock, mas ficamos felizes em ver que há espaço, aceitação e incentivo, falta apenas a mulherada arregaçar as mangas e tocar.
Fabi: Eu ainda acho que existem poucas mulheres que tenham coragem de extravasar e jogar suas idéias ao vento. Infelizmente a sociedade ainda é muito machista, e muitas meninas acabam se reprimindo por medo do que outras pessoas vão pensar. Isso tem que acabar. Precisamos de mais ícones do sexo feminino.
FRS: O que a banda planeja para um futuro a longo prazo?
"Cada ensaio, cada encontro e cada tempinho que temos para tocar, é um prazer orgástico, hoje temos a certeza que não existe vida sem música, tanto no palco como na platéia" |
Flip Chicks: Queremos lançar um álbum completo em 2015 / 2016, tocar no máximo de lugares possíveis no Brasil e fazer uma tour na Europa e nos Estados Unidos.
FRS: Deixe uma mensagem para os fãs da banda :)
Flip Chicks: Esperamos que toda nossa energia e prazer em tocar transpareça através de nossas músicas. Somos prova de que nunca é tarde para começar a fazer o que se tem vontade, basta dedicação... Se tivéssemos medo de mudança, estaríamos dizendo amém às privações até agora, então, quebrem suas barreiras pessoais.
Aonde encontrar a banda:
SOUNDCLOUD: www.soundcloud.com/flipchicks
FACEBOOK: www.facebook.com/flipchicks
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