Shadowside trabalhará em novo álbum após turnê de Inner Monster Out
1:45 PM
Texto por: Ingrid Natalie (@ingridnatalie)
Poucas bandas podem se dar ao luxo de dizer que passaram pela experiência de fazer uma turnê de 2 meses pelo velho continente, e é muito prazeroso saber que um grupo brasileiro integra esse seleto time. Shadowside retornou da "Hellish Rock Tour" que percorreu cerca de 18 países junto com os ilustres Helloween e Gamma Ray.
O quarteto santista formado por Dani Nolden (vocal), Raphael Mattos (guitarrista), Fabio Carito (baixo) e Fabio Buitvidas (bateria) fizeram shows com ingressos esgotados, público totalmente receptivo e incluíram no repertório músicas do mais recente material deles, "Inner Monster Out" (2011). A vocalista Dani Nolden contou que a turnê foi extremamente cansativa, porém com o saldo final positivo por terem conseguido realizar um sonho,"só percebi de verdade o que aconteceu e o que fizemos quando chegamos no Brasil".
Sobre excursionar ao lado de Helloween e Gamma Ray Dani revela que não houve nenhum tipo de estrelismo e que sente muita gratidão pela forma com a qual eles respeitaram e trataram o Shadowside. "Foram todos muito gentis conosco, tanto músicos quanto equipe. A equipe deles trabalhou intensamente por nós também, nos ajudando com montagens, resolução de qualquer problema que tivéssemos" ,afirma a vocalista.
Com os pés de volta a solo brasileiro Shadowside concentra sua energia para o próprio show que será no dia 26 de Maio na Via Marquês em São Paulo. Será um grande momento pra eles visto que essa será a primeira performance completa do grupo em 7 anos na terra da garoa e Dani promete, "Será a apresentação mais impactante da carreira do Shadowside!". Muitas surpresas estão reservadas para este dia. Sabemos que o setlist terá músicas dos discos "Theatre of Shadows" e "Dare To Dream", além de uma produção de palco de altíssima qualidade.
FRS: Vocês acabaram de voltar da "Hellish Rock Tour" que passou por 18 países. Ufa, que exaustivo! O que foi mais difícil lidar durante essa extensa turnê de dois meses?
Dani Nolden: Foi realmente cansativo! Existem várias coisas difíceis de lidar em uma turnê como essa, como a distância das pessoas queridas que ficam no Brasil, a rotina sem pausas, já que os shows eram praticamente diários e nos poucos dias livres que tínhamos, fazíamos viagens longas, muitas delas de mais de 1000km, dormíamos em um país e acordávamos em outro, já praticamente no horário de começar a trabalhar, então não tínhamos tempo para lazer, descanso físico ou mental. Era o tempo todo com a cabeça voltada para a turnê, então só percebi de verdade o que aconteceu e o que fizemos quando chegamos no Brasil. Não me dei conta da quantidade de shows que tocamos antes da primeira noite de sono na minha casa! (risos)
FRS: Dentre os 18 países que fizeram parte da turnê, qual foi o mais marcante pro Shadowside?
Dani Nolden: É sempre difícil apontar apenas um... vários shows foram marcantes, tanto em lugares onde já havíamos tocado antes quanto os novos países que visitamos. Na Polônia, por exemplo, o público foi simplesmente insano e até os seguranças batiam cabeça durante o show... ninguém lá vai ao show pra ficar de braços cruzados, todo mundo é realmente louco no melhor sentido possível. Países como Bulgária e República Tcheca, que eram novidades para nós, foram incríveis. Mas um dos mais surpreendentes foi a Suécia, que foi onde gravamos o álbum mas nunca havíamos tocado lá e finalmente tivemos a oportunidade de fazer uma apresentação no país. Eu esperava uma reação mais contida, como geralmente acontece nos países escandinavos, mas o público foi muito completamente maluco e encontramos um fã brasileiro no final do show que estava totalmente abismado, incrédulo por termos levantando os suecos... o que, segundo ele, é uma tarefa dificílima!
FRS: Como foi conviver por 2 meses ao lado das bandas Helloween e Gamma Ray?
Dani Nolden: Foi tudo muito tranquilo, sempre! Ninguém com atitude de rockstar. Nós chegamos até meio tímidos porque não queríamos incomodar ninguém, não sabíamos como eram a personalidade das pessoas em um convívio diário assim e não queríamos importunar, portanto eles acabaram ficando com a tarefa de quebrar o gelo e sempre apareciam no nosso camarim pra dar um oi, contar alguma piada, desejar que nos divertíssemos no show. Foram todos muito gentis conosco, tanto músicos quanto equipe. A equipe deles trabalhou intensamente por nós também, nos ajudando com montagens, resolução de qualquer problema que tivéssemos... gratidão é uma ótima palavra para descrever o que sentimos por todo esse pessoal!
FRS: A Shadowside marcou história tocando na renomada casa de shows Olympia em Paris, realmente teve uma energia diferente no local? Como foi se apresentar lá?
Shadowside durante apresentação na prestigiada casa de shows Olympia, em Paris. Foto: Costábile Salzano Jr. |
Dani Nolden: Esse show nos marcou para o resto de nossas vidas, já que fomos a primeira banda de heavy metal brasileira a tocar no palco do Olympia de Paris, por onde já passaram os Beatles, Janis Joplin e brasileiros como Elis Regina e Tom Jobim. A casa realmente tem uma aura especial, parece que cada artista que passou por lá deixou um pouquinho da sua alma, é um local que parece ter vida própria por tanta história e requinte. O público tornou a ocasião ainda mais incrível e foi um dos melhores da turnê, sem sombra de dúvida. Fomos muito bem recebidos em Paris por fãs extremamente calorosos.
FRS: Qual a principal diferença que vocês sentiram entre os fãs no exterior e os do Brasil?
Dani Nolden: O público escandinavo é bem contido, por exemplo. Na Noruega, nós só descobrimos que o público havia gostado de nós pelo número imenso de pessoas que veio nos procurar para elogiar a banda no final do show, além de ter sido um sucesso enorme de vendas. Muitas pessoas que compraram todos os nossos CDs e ainda levaram uma camiseta foram pessoas que assistiram ao show inteiro sérias, de braços cruzados ou com as mãos nos bolsos, apenas observando. Então o que nós no Brasil seria alguém odiando o show, lá é apenas um fã que está escutando e vendo a apresentação atentamente. Porém, no leste europeu, eles são insanos do começo ao fim do show, são calorosos como os brasileiros. São reações diferentes que chocam bastante na primeira experiência internacional.
FRS: Dani, você declarou que a turnê foi um sonho realizado e abre portas para um futuro animador. Quais são os planos da banda e o que vocês visualizam para o Metal do Brasil?
Dani Nolden: Nossos planos incluem mais alguns shows pelo Brasil, talvez uma turnê norte-americana que ainda não está confirmada, então por enquanto não tenho detalhes. Mas já temos algumas datas fechadas aqui no país e elas já estão no nosso site oficial! Depois que encerrarmos a turnê do “Inner Monster Out”, começaremos a trabalhar em um novo álbum. Eu vejo cada vez mais caminhos se abrindo para o Metal brasileiro, nosso mercado e nossas bandas são levadas cada vez mais a sério e onde antes existia espaço apenas para três, quatro bandas do Brasil na cena internacional, hoje existe espaço para qualquer banda talentosa, responsável e profissional, não há mais um limite com relação ao número de bandas que podem atingir sucesso. Nossas bandas precisam apenas acreditar mais no potencial delas.
FRS: O que a banda fez de primeiro assim que voltou ao Brasil?
Dani Nolden: Eu não sei o que os meninos fizeram, mas eu dormi. Dormi muito (risos). Deitei pra contar as novidades relaxada e dormi falando. (risos) Tiramos uma semana de "férias" uns dos outros e da banda, só pra finalmente curtir o que fizemos, comemorar de verdade sem preocupações. Depois de descansarmos mentalmente, começamos a planejar os novos shows no Brasil.
FRS: Agora de volta pra casa, vocês tem show marcado no dia 26 de maio, em São Paulo. Li que para este show vocês pretendem tocar músicas dos álbuns "Theatre Of Shadows" e "Dare to Dream". Podemos afirmar que tem uma ponta de saudade de tocar material mais antigo?
Dani Nolden: Na verdade, nós temos saudade de tocar o que tocamos menos... sempre que tocamos muito a mesma música, acabamos enjoando (risos). Vai ser muito divertido para nós relembrar coisas que os fãs vem pedindo há muito tempo e que nós não tínhamos a oportunidade de tocar, um show mais longo assim nos permite abranger todos os nossos álbuns sem deixar músicas importantes de lado, vai ser um show muito especial para nós! Teremos uma produção de nível internacional e estamos preparando algumas surpresas, não apenas com relação ao set list, mas também com os nossos amigos do SupreMa que tocarão no evento antes de nós. Será a apresentação mais impactante da carreira do Shadowside!
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