Segundo dia do Lollapalooza teve misturas musicais e étnicas.
3:02 PM
Segundo dia do Lollapalooza Brasil também foi abençoado pela mãe natureza com um dia ensolarado. E já fazendo uma analogia meio clichê o line-up estava tão quente quanto a temperatura. Por volta dás 16 horas começaram a cair raios e trovões (literalmente), mas o público com a mesma energia desde o começo. Ainda haviam ingressos sobrando para o segundo dia de shows, mas pela quantidade de pessoas a sensação é que estava tão lotado quanto o dia 07/04. Aproximadamente 60 mil pessoas estavam presentes no Jockey Club.
O primeiro show que vimos foi da banda 'Plebe Rude' que fez os fãs do rock nacional dos anos 80 vibrarem com clássicos. Clemente deve ter tomado um energético antes do show, pois ele não parava de correr de um lado pro outro do palco. Foi uma apresentação digna de um tributo ao punk rock, tocaram o primeiro álbum de estúdio praticamente por inteiro, teve homenagem ao Legião Urbana e aos Inocentes com a clássica "Geração Coca-Cola" e Jonnhy Vai a Guerra" e fecharam o show com os hits "Proteção" e "Até Quando Esperar".
Ás 14 horas no Palco Butantã foi a vez de 'Gogol Bordello' trazendo o seu exótico punk cigano. Uma curiosidade é sobre a origem da banda, que é de Nova Iorque, mas, no entanto seus integrantes são de diversas nacionalidades, que vão desde o Leste Europeu até a América do Sul. A banda mostrou uma energia contagiante no palco, além de várias misturas de instrumentos: guitarra, violão, violino e acordeom só pra sentir a diversidade. No repertório estiveram "Wonderlust King", "Tribal Connection" ambas do álbum Super Taranta (2007) , "My Companjera" com ritmo muito dançante, a performance seguiu com uma conotação mais rock'n'roll com as canções"Trans-continetal Hustle" e "Immigraniada (We comin' rougher) já mais rock'n'roll o que estimulou o público a formar uma roda punk. Eugene Hutz (violão e vocal) parecia um endiabrado ligado no 220, corria de um lado pra outro do palco e mostrou uma simpatia cativante com o público, Pedro Erazo (percussão e vocal) convidava os fãs a participarem com palmas e gritos, o show fechou com a emblemática "Start Wearing Purple" e Eugene se banhando em vinho. Logo após o show a banda concedeu uma entrevista coletiva na sala de imprensa, confiram Eugene falando sobre a paixão dele pelo Brasil:
Sem tempo pra respirar corremos para o palco Cidade Jardim aonde "Thievery Corporation" entrou precisamente ás 15 horas. De fato é uma banda muito especial, eles usam elementos do jazz, eletrônico e até indiano em suas músicas. A voz da vocalista que tem muito soul, além do baixista ter um groove muito empolgante, ele estava com os pés descalços e gingava de um lado pro outro do palco. A apresentação iniciou repleta de muito soul com a música "Lebanese Blonde" do álbum "The Mirror Conspiracy" (2000), jogando muito soul no público, "Hare Krsna" do disco "Radio Retaliation" (2008) também fizeram parte do setlist e a mistura de hip-hop e soul da música "Unfird Tribe" animou mais o público, "Hare Krsna" do excelente disco "Radio Retaliation" (2008), "Vampires" e "Assault On Babylon" também fizeram parte do setlist.
Voamos de volta para o palco Butantã porque ingleses os Friendly Fires subiram ao palco ás 16 horas. O sol nessa hora estava começando ir embora e a temperatura caiu um pouco, mas a empolgação do público presente só aumentava. O vocalista Ed Macfarlene mostrou muito gingado já na primeira música "Love Sick", "Jumping in th Pool" e "Blue Cassette" mantiveram a influência do samba na música deles, "Paris" encantou o público e o hit mais conhecido da banda "Kiss of Life" encerrou o show com uma ótima crítica dos fãs.
Um show que surpreendeu bastante a todos foi da banda 'Foster The People', eles tocaram no palco cidade jardim ás 19 horas. A banda traz no currículo o disco "Torches" e evidentemente que o setlist contou com diversas faixas deste trabalho lançado em 2011. A primeira música foi "Houdini" seguindo com "Miss You". Mark Foster (vocal) estava com um sorriso de ponta a ponta, era claramente visível o encanto dele com o público brasileiro tanto que pronunciou essas palavras "É o nosso último show na América do Sul esse ano. Tem sido uma jornada incrível, vocês têm a fama de ser a melhor platéia do mundo e isso é verdade." o show deu sequência com as músicas "Broken Jaw", "Waste", "Helena Beat", em "Call It What You Want" o público literalmente saindo do chão e pulando, a música "Don't Stop" ganhou até um ar hardrock com as distorções de guitarra. O fechamento não poderia ter sido mais emblemático, "Pumped Up Kicks" deu os acordes finais e Mark Foster indo pro meio do público mostrou todo o carisma da banda. Simplesmente épico! Até São Pedro deu uma trégua para assistir Foster The People.
Claro que o fundador não poderia deixar de trazer sua banda para a primeira edição brasileira do Lollapalooza. Quem tem experiência sabe como fazer as coisas, Perry Farrel tem um vigor inexplicável, a qualidade da voz dele se mantém intacta como nos primórdios do Jane's Addiction, Dave Navarro mais entrosado do que nunca com sua guitarra. Para quem conhece a banda sabe que eles utilizam muitos elementos teatrais no show, acrobatas, mulheres de lingerie e vídeos sado masoquista. Perry e sua trupe começaram o a música "Welcome to the Machine", mostraram o novo hit "Underground" do mais recente trabalho "The Great Escape Artist", e não faltaram as clássicas "Just Because", "Been Caught Stealing" e "Jane Says" tocada de forma acústica. O único fator negativo foi a chuva leve que havia voltado a cair pelos arredores do Jockey Club.
Fechando positivamente o festival ás 21:30 no Palco Cidade Jardim foram os ingleses do Artic Monkeys, mantendo a receita de um ótimo show de rock: roupas pretas, topete, guitarras e bateria de peso. A paulada "Don't sit down 'cause I've moved you chair" mostrou como seria o ritmo da apresentação, em seguida foi a sensacional "Teddy Picker", "Crying Lightning", "Brianstorm" , Alex Turner ofereceu "I bet you look good on the dance floor" a todas as mulheres, teve mais sons novos como "Brick by Brick" e "R U Mine?" aí a banda fez uma pausa e voltou com "Fluorescent Adolescent" e "505" encerrou o festival. O mais interessante de assistir Artic Monkeys é o amadurecimento da banda, os novos sons estão mais encorpados e a postura da banda no palco é de uma banda que tem tudo para se tornar uma lenda dos anos 2000 e ser lembrada por futuras gerações.
No geral a primeira edição brasileira do Lollapalooza foi muito positiva e torcemos muito para que tenha mais e mais edições futuramente.
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