Les moutons noir, faites attention!
9:49 PMPor: Laura (@Yoko_FRS)
Especial Mês Internacional da Mulher Rock’n’Roll!!!
Para esse mês especial também fizemos uma entrevista mais que especial!!! Direto do Nordeste um power trio de Hard Blues!!! Atitude e talento sobram nessas meninas do Blue Sheep!! Mesmo com pouco tempo de carreira a banda já viveu momentos dignos de bandas mais experientes. E agora as meninas estão de volta e com tudo!! Confira a entrevista:
FRS – Olá meninas, contem pra gente como surgiu a banda e como chegaram a esse nome?
"Primeiro obrigado a vocês por nos convidarem para entrevista. A banda surgiu em meados de 2008. Eu (Eveline) tinha uma banda que fazia cover do girlschool e precisávamos de baterista então convidei Gabi, mas a banda acabou não rolando. Gabi por sua vez já tocava numa banda no colégio com Beatriz e formou uma banda que no primeiro ensaio apareci para ver, acabamos tocando juntas improvisando. Marcamos de ensaiar para tocar uns covers de SRV e do Deep Purple então, a banda acabou surgindo.
Sobre o nome da banda a primeira idéia sugerida por Beatriz foi "Black Sheep" (Ovelha Negra), mas como já existia uma banda em São Paulo de rockabilly chamada "Black Sheep Rulez" e outras bandas com esse nome, inclusive uma banda feminina alemã que se chama assim. Decidimos colocar Blue Sheep, pois temos influência do Blues. As pessoas devem pensar que falta de criatividade (risos). Não nos importamos em pensar em um nome que fosse importante ou que "abalasse" só queríamos tocar e o primeiro que veio a cabeça colocamos."
FRS – Quais são as influências de cada uma?
"Tenho muita influência do Grand Funk Railroad, Girlschool, Motorhead, Thin Lizzy, ZZ Top, etc. Escuto tanta coisa que nem sei se caberia aqui (risos) Ultimamente tenho escutado muito uma coletânea de Chopin e o White Álbum dos Beatles.
As principais influências de Beatriz são no baixo: Led Zeppelin, Black Sabbath, e Grand Funk Railroad e o Tio Carlinhos (Orlando F.) que já passou por várias bandas daqui da Paraíba de Jazz e outros estilos como Cabruêra e Nectar do Groove. No vocal, eu nem sei dizer, acho que é uma misturada de tudo que ela escuta.
Já Gabi gosta bastante do Led Zeppelin e ZZ Top!
Acho as três em comum gostam do Grand Funk Rairoad, Led Zeppelin, Deep Puple, Cream, ZZ Top e Girlschool. São influências que entram relacionados com o som da banda."
FRS - Quais formações exclusivamente femininas vocês admiram?
"GIRLSCHOOOOOL (risos). Eu conheço outras bandas e até gosto de algumas como o The Runaways, Suzi Quatro, Rock Goddess, Funny, da geração atual The Donnas mas, nunca tive predileção pelo fato de serem bandas femininas, mas sim pelo som que elas fazem. Eu gosto de muitas, mas admiro o Girslchool por questão de gosto mesmo e o espírito de continuarem tocando! O Girschool é a banda feminina que começou no final da década de 70 e está na ativa até hoje, então elas fazem o que realmente gostam."
FRS – Vocês passaram por momentos complicados e chegaram a decretar o fim da banda, contem isso pra gente. Como foi que tudo ocorreu? E por que decidiram voltar?
"(Risos) Complicado explicar isso! (Risos) Resumindo tiveram fatores para que tudo isso acontecesse. Quem decretou o fim da banda foi eu (Eveline) pela internet depois que Beatriz saiu porque as duas já tinham saído (Gabi/Beatriz) então não tinha como continuar. Acho que essa é uma banda de três pessoas, que funciona como um grupo, cada uma coopera com determinada coisa quando estamos compondo nossas músicas próprias.
No último ensaio estava conversando com as meninas e a banda simplesmente acabou porque a vida quis assim (risos). Cada uma teve sua preferência para escolha na vida pessoal e chegaram/chegam momentos que não deu para conciliar com a banda.
Temos uma vida paralela a banda. Foi e ainda é bem complicado manter a rotina de ensaios e composições, com cada uma morando em uma cidade e mantendo faculdade/trabalho, namoro, família e a vida do dia-a-dia. E quando vamos ensaiar às vezes tem o clima tenso de todas com os “nervos a flor da pele” e discutir por motivos bestas como atraso de ensaio ou não tirar um cover que queremos tocar (risos), é comum a qualquer banda. A gente decidiu voltar porque gosta de tocar, mas mesmo voltando estamos continuando de modo bem difícil, pois nos divertimos, entretanto, pagamos aluguel de estúdio para ensaiar, passagem para se reunir e esses gastos.
Enfim é a vida que quis assim e se a vida quiser continuamos se não acaba e volta quantas vezes forem necessárias."
FRS – Como foi ter um homem na banda?
"Rayan era massa. Acho que a diferença foi só quando comentávamos sobre vida pessoal nos ensaios porque ele não se interessava muito quando falávamos sobre meninos bonitos (risos). Então preferíamos comentar depois do ensaio (risos). Gabi e Rayan são bem diferentes no estilo de tocar, mas, cada um tem sua particularidade. Nunca me importei com o fato dele ser homem, tiravam sarro dele dizendo que era terceira menininha da banda (risos), mas, ele tocava muito bem e o pouco tempo que ficou conosco fizemos shows bem legais por aqui pela Paraíba. Já Gabi esta melhorando com o tempo e o trabalho que ela faz combina bastante com a banda por causa do gosto musical que é bem parecido."
FRS – Como é o processo de composição das músicas?
"Às vezes é de um improviso, de esperar um ônibus, de um amor mal resolvido. Tudo acontece naturalmente e sem muitos interesses, nas letras falamos de algo diferente no nosso cotidiano. A intenção e nos divertir e fazer algo que seja do momento, mostrando que podemos aproveitar a vida a cada segundo, seja fazendo música ou esperando o ônibus por mais que ele demore (risos) e expor nossos sentimentos. Música é sentir o momento e viver ele o máximo possível!"
FRS – Vocês têm músicas em francês e inglês, acham que isso é uma barreira pra conseguir novos fãs?
"Claro que não, isso só ajuda! O inglês é universal, sem falar que acho a língua um pouco prática em relação à métrica inclusive é adotada no Brasil como segunda língua e francês é uma língua que não é comum para cantarem por aqui então gera curiosidade, temos letras em português também, mas ainda não foram gravadas e só podemos mostrar ao vivo. Particularmente acho que o rock'n roll é muito mais energia do que ter boas temáticas é legal associar os dois (energia e bons temas), mas não sei se somos boas com isso, afinal só falamos de coisas de momento e o que vivemos no cotidiano. Então a proposta no geral é sinceridade independente da língua que possamos fazer uma letra."
FRS – A banda é da Paraíba, no Nordeste. Como é a cena rock daí?
"O pessoal reclama bastante da cena. Eu acho que é legal, não sou muito de ficar reclamando apesar de ter seus defeitos e precisar melhorar em alguns aspectos. Sempre procuramos interagir com todos, já participamos de coletivos, conversamos com produtores, público e as pessoas que não fazem parte da cena também. A internet facilita a interação e aqui é pequeno todo mundo se conhece. Os shows de rock são como deveriam ser, em grande maioria funciona de forma independente, não é financeiramente viável se você quer saber, mas não me importo com isso porque a proposta de uma banda é tocar."
FRS – Vocês pensam em uma mudança para São Paulo, por exemplo?
"Tudo é possível nessa vida! Eu acho que uma mudança para São Paulo só seria viável talvez financeiramente, pois a cidade é um pólo do mercado cultural. Tocar é algo que se faz em qualquer lugar. A resposta para sua pergunta é que não temos planos nenhum. Se um dia me convidarem, eu vou."
FRS – Agora meninas, como é ter uma banda só com mulheres? Vocês já se sentiram desvalorizadas por isso?
"Sempre nos perguntam isso (risos) estamos no século 21 e não deveria existir preconceito e se existe são pessoas que não tem a capacidade para viver em sociedade. Sempre tem umas piadinhas, mas, nunca fomos desvalorizadas não. O fato de ser uma banda feminina gera a curiosidade das pessoas inclusive dos homens, meninas “novinhas” que fazem rock’n roll em inglês, francês e português. Não é comum na PARAÍBA então sempre somos vistas com bons olhos na maioria das vezes."
FRS – A marca do show de vocês, além da ótima qualidade das músicas, é a atitude. Quais são as críticas, positivas e negativas, que vocês recebem sobre isso?
"Crítica é comum para qualquer banda, a maioria de críticas nesse pouco tempo de banda que temos foi bastante positiva. Jornalistas, amigos e do público em geral.
As negativas existem, mas não posso agradar a todos inclusive com a música. Se vierem críticas negativas que sejam construtivas. Já fizeram críticas construtivas como, por exemplo, em relação ao timbre da guitarra ao vivo, que ainda falta melhorar e eu concordo porque falta grana para um equipamento legal.
Enfim tem críticas para todos os gostos cabe a nós absorver o que for construtivo."
FRS – E o público, como reage?
"Eu vejo pessoas que estão sempre em nossos shows, acho isso FODA (desculpa a expressão) (risos). O que eu mais gostos nos nossos shows são a interação entre nós e o público que para mim são a mesma coisa, pois também vamos a outros shows de rock, somos amigas de outras pessoas que tem bandas e é assim que se movimenta uma cena todo mundo se ajudando, por exemplo, no último show que fizemos dia 18/02. Foi numa praça e rolou uma interação bem bacana com o público, teve momentos de jams com pessoas que estavam na platéia, mosh, rodinha, sorrisos, conversas, enfim é uma coisa livre e espontânea."
FRS – Vocês acreditam que existe para as mulheres uma dificuldade maior no meio musical?
"Não acredito nisso pelo menos aqui no ocidente. Acham que pelo fato da banda ser feminina somos feministas, mas na verdade não somos. Eu sou contra o machismo o que é diferente.
A música depende da competência de um músico, independente do sexo ou sexualidade, cor ou qualquer outra coisa. Vamos encontrar dificuldades em nossas vidas em qualquer área que desejemos atuar. Não importa se houverem dificuldades ou preconceito a solução é adquirir experiência, maturidade e seguir em frente, acreditando no que se gosta!"
FRS – Quais foram/ têm sido as maiores dificuldades que a banda passou?
"Com certeza, são os empecilhos da vida entre continuar fazendo o que gosta e tendo que se sustentar com o trabalho e outras responsabilidades que maioridade trás. Tem sido bem difícil conciliar os estudos com tocar e ainda com o fato de morar longe."
FRS – E quais foram/ têm sido as maiores vitórias?
"Não sei talvez o reconhecimento das pessoas. Eu fico bem lisonjeada quando alguém fala que gostou do nosso som, que é para continuar a tocar e ter um futuro. É legal"
FRS – Vocês estão de volta à ativa, têm planos pra gravar um cd?
"Então a gente voltou, mas as dificuldades continuam as mesmas. Estamos nos vendo pouco, os planos são poucos também. Pensamos em gravar um EP com músicas que temos, mas foi decido que não porque a grana tava curta e queríamos investir em equipamentos primeiro e também como estamos nos vendo pouco e nos comunicamos mais pela internet que pessoalmente acho que a interação não iria soar como queríamos sincera e direta."
FRS – Quais são os próximos compromissos da banda?
"Talvez nós participemos de um festival de bandas femininas em Natal chamado “Girls on X”, mas vai ser no dia do show do Girlschool então ainda estou em duvida. Adoro o Girlschool (risos)"
Agradecimentos: Obrigado a Laura e ao blog que entrou em contato conosco para fazer a entrevista e as pessoas que leram tudo que escrevi. Espero que gostem!
Contatos: bandabluesheep@gmail.com / evelineluciatorres@gmail.com / bia_zoiuda@hotmail.com
Falar com Eveline: (83) 8772-1798
Links:
www.myspace.com/bandabluesheep
http://coletivomundo.com.br/downloads/BlueSheep.rar Nesse link podem baixar duas músicas.
@bandabluesheep - Twitter
Integrantes:
Eveline Lúcia - guitarra e backing vocal
Beatriz Gonçalves - baixo e voz
Liane Gabriela - bateria e backing vocal
Ex-integrantes:
Rayan Lins - bateria
1 comentários
PQP Que banda foooooda! Acho que nunca ouvi falar de uma banda de blues formada só por mulheres e nem um power trio formado só por mulheres... imagina um power trio de blues formado só por mulheres! Não existe isso no mundo! Parabens!
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